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Tipo de entidade:
Pessoa singular
Lino, Raul. 1879-1974, arquiteto
Outras formas do nome:
Silva, Raul Lino da
Data(s):
1879-11-21 (nascimento)
1890 (frequenta um colégio nos arredores de Windson, Inglaterra)
1893 (frequenta as escolas Handwerker und Kunstgewerbeschule e Technische Hochshule e, simultaneamente, pratica no ateliê do professor A. Haupt, em Hannover, Alemanha)
1897 (regressa a Portugal, iniciando a sua atividade projetual)
1899 (participa no concurso para um pavilhão para a Exposição Universal de Paris de 1900)
1901 (projeta a casa Monsalvat, no Monte Estoril)
1902 (viaja a Marrocos, na companhia de Raul Gilman)
1902 (projeta a casa Silva Gomes, no Monte Estoril)
1902 (projeta a casa de Santa Maria, em Cascais)
1903 (projeta a vila Tânger, no Monte Estoril)
1904 (projeta a casa dos Patudos, em Alpiarça)
1907 (casa com Alda Decken dos Santos)
1908 (nasce a filha Maria Christina)
1909 (projeta a casa da Quinta da Comenda, em Setúbal)
1909 (projeta a casa Ribeiro Ferreira, no Estoril)
1910 (nasce a filha Isolda)
1910 (viaja a Veneza e Paris)
1910 (viaja e permanece seis meses em Berlim, para estudar artes decorativas, artes gráficas e desenho do nu)
1910 (ilustra o livro Animais Nossos Amigos, de Afonso Lopes Vieira)
1912 (projeta a casa do Cipreste, em Sintra)
1912 (projeta a casa Elisa Vaz, em Lisboa)
1912 (ilustra o livro Canto Infantil, de Afonso Lopes Vieira)
1912 (projeta o primeiro jardim-escola João de Deus, em Lisboa, efetuando mais 11 projetos, por todo o país, até 1957)
1917 (projeta a loja Gardénia, em Lisboa)
1918 (publica A Nossa Casa - Apontamentos sobre o Bom Gosto na Construção das Casas Simples)
1918 (ilustra o livro Pedro O Cru, de António Patrício)
1918 (projeta os cenários e figurinos para o Bailado do Encantamento, de Helena Castelo Maior, com colaboração de Rui Coelho e Almada Negreiros)
1919 (projeta a vila Victor Schalk, no Monte Estoril)
1922 (projeta a casa dos Penedos, em Sintra)
1924 (projeta o cinema Tivoli, em Lisboa, sendo responsável pela sua programação até 1931)
1925 (projeta a casa de António Sérgio, em Lisboa)
1925 (projeta os cenários e figurinos para Salomé, de Oscar Wilde, produzida por Amélia Rey Colaço)
1925 (projeta os cenários e figurinos para Milagre, de Veva de Lima)
1926 (publica a Casa Portuguesa, edição para a Exposição Portuguesa, em Sevilha)
1931 (participa no concurso para um pavilhão para a Exposição Universal de Paris)
1931 (é membro fundador da Academia Nacional de Belas-Artes)
1933 (publica Casas Portuguesas - Alguns Apontamentos sobre o Arquitetar de Casas Simples)
1934 (participa no 1º concurso de projetos para o monumento ao Infante D. Henrique, em Sagres)
1934 (viaja ao Brasil, participa em conferências no Riode Janeiro e em São Paulo e é condecorado pelo Governo brasileiro com a Ordem do Cruzeiro)
1936 (projeta a primeira proposta para o Palácio Nacional da Ajuda, efetuando mais duas até 1957)
1937 (publica o ensaio L'Evolution de l'Architecture Domestique au Portugal)
1937 (publica Auriverde Jornada - Recordações de uma Viagem ao Brasil)
1939 (projeta o restauro dos palácios nacionais e o seu equipamento)
1939 (projeta a casa Raul Lino, em Lisboa)
1940 (projeta o pavilhão do Brasil para a Exposição Colonial, em Paris)
1940 (efetua um estudo para Aldeia Portuguesa e apresenta um projeto para o Altar da Família)
1941-1943 (viaja diversas vezes a Roma)
1944 (projeta os cenários para Pastoral, de Ivo Cruz, com coreografia de Margarida Abreu)
1945 (publica o ensaio Quatro Palavras sobre Urbanização)
1945 (publica Vicissitudes da Casa Portuguesa nos últimos Cinquenta Anos, na revista Ver e Crer)
1947 (publica o ensaio Quatro Palavras sobre Arquitetura e Música)
1948 (publica o estudo monográfico Os Paços Reais da Vila de Sintra)
1951 (publica o ensaio Arte, Problema Humano - A propósito da Sede da ONU em Nova Iorque)
1954-1962 (viaja a Bayreuth, Oslo, Moçambique, Ancara, Istambul e Florença)
1957 (publica o ensaio Evocação de Alexandre Rey Colaço - No Primeiro Centenário do seu Nascimento)
1957 (publica, no Boletim da Academia de Belas Artes, O Retrato na Obra de Columbano)
1959-1973 (publica regularmente, como colaborador permanente, no jornal Diário de Notícias)
1870 (é organizada a Exposição Retrospetiva da Obra de Raul Lino, na Fundação Calouste Gulbenkian)
1974 (publica o ensaio O Romantismo e a Casa Portuguesa)
1974-07-13 (morte)
História:
Raul Lino nasce em Lisboa, a 21 de novembro de 1879, numa família abastada. Essa condição permite-lhe embarcar, com o irmão, quando tinha apenas 10 anos, para Windsor, em Inglaterra, a fim de cumprir o equivalente aos estudos secundários, num colégio católico, onde, segundo ele, lhe incutem o respeito pelo próximo e a noção de retidão. Em 1893, com 14 anos, vai para a Alemanha, para aprender os fundamentos daquela que viria a ser a sua actividade profissional. Estuda na escola Handwerker und Kunstgewerbeschule, em Hannover, onde recebe formação em carpintaria e desenho de móveis, aprendizagens idiossincráticas nos seus projetos, nas quais as artes decorativas assumem grande importância. Nesta cidade frequenta ainda a Technische Hochshule, garante da formação teórica para o exercício da arquitetura. Em paralelo, pratica arquitetura no ateliê do professor Albrechet Haupt, profundo conhecer da lusitanidade, particularmente da sua arquitetura quinhentista, experiência que o marcou profundamente, quer no seu perfil profissional, quer na sua personalidade. Igualmente estruturantes na sua formação são as influências de pensadores como Thoreau (1817-1862), Goethe (1749-1832), Ruskin (1819-1900) ou Morris (1834-1896). Quando, em 1897, regressa a Portugal, Raul Lino traz uma vontade imensa vontade de conhecer Portugal e isso fá-lo viajar um pouco por todo o país. As grandes caminhadas por Sintra, vila pela qual se apaixona e na qual virá a construir, em 1912, a sua própria casa, são uma constante nesta fase inicial. Fruto das viagens, sobretudo pelo sul de Portugal, e a Marrocos, os seus quatro projectos iniciais, das casas marroquinas (Monsalvat, Silva Gomes, Santa Maria e Tânger), entre 1901 e 1903, revelam claramente influências alentejanas e árabes, plasmadas numa arquitetura solar de configuração mediterrânica. A par da marcada preponderância que as viagens exercem na obra de Raul Lino, é de notar, igualmente, o papel determinante do seu círculo de amigos e de conhecidos, muitos deles figuras destacadas, inclusive seus clientes, como Alexandre Rey Colaço, António Sérgio, Colombano Bordalo Pinheiro, José Relvas, Rafael Bordalo Pinheiro, Reynaldo dos Santos ou Roque Gameiro. O projeto do Pavilhão de Portugal (na Exposição Universal de Paris de 1900), do Monumento ao Infante D. Henrique (em Sagres, de 1934) ou do Pavilhão do Brasil (Exposição do Mundo Português, em Lisboa, de 1940), refletem vivamente um simbolismo poético que caracteriza a sua obra e que, repetidamente, busca um nacionalismo mítico que Lino procura recuperar para a arquitetura em Portugal. Ainda no âmbito dos programas de índole pública, destaca-se o projeto da igreja da Imaculada Conceição, em Lisboa, em 1917, edifício de estilo românico (exigência do concurso), que manifesta claras inspirações bizantinas e renascentistas, e que lhe valeu uma menção honrosa no concurso. No mesmo ano é edificado, em Lisboa, o primeiro jardim-escola João de Deus, sendo, até 1957, construídos, por todo o país, mais onze edifícios. Finalmente, o projeto do Tivoli, inaugurado em 1924, revela-se de simbolismo acrescido em função, não das características arquitetónicas, até porque se afastam do seu ideário nacionalista, mas do facto de lhe ter permitido a atribuição, em 1926, do diploma oficial de arquiteto. Obstinado na crise de identidade nacional do final de Oitocentos e alicerçado pelas manifestações nacionalistas da Geração de 90, assim como nos estudo que estes fomentam, Raul Lino bate-se apaixonadamente pelo ideal da Casa Portuguesa. Esta tem os seus elementos fundamentais nos beirais, nos alpendres, na pedra de cantaria, particularmente nos vãos, no azulejo e na caiação a branco e a cor, que, no seu dizer, são manifestações de bom gosto, de bom senso e de honestidade na construção de casas anónimas. A campanha da Casa Portuguesa é a sua resposta aos anseios de um romantismo tardio, que, na arquitetura, se traduziria no retorno, no dizer das suas palavras, à harmonia perdida da paisagem, das cidades de Portugal, o desejo de restabelecer o decoro, pelo menos nas aparências, que deve ter na nossa vida. Trata-se de um programa em busca de uma arquitetura idílica e de um espírito português de habitar, ancorado na conceção saudosista da história, afirmativa da defesa da arquitetura portuguesa face aos estrangeirismos. Traço marcante de Raul Lino é, naturalmente, considerando a sua vida e obra, um certo desapreço pelo projeto citadino. Ainda que haja a destacar empreendimentos urbanos, sobretudo em Lisboa - casa Ribeiro Ferreira (1906), Elisa Vaz (1912), Cunha e Costa (estudo não executado de 1924) ou António Sérgio (1925) e, inevitavelmente, a sua casa na rua Feio Terenas (1939) - é distante do inquietante bulício da cidade, para ele, palco de aceleradas e indesejadas mutuações, que encontra a possibilidade de realização do seu projeto. Os factos apresentados concorrem para afirmar, incontestavelmente, Raul Lino como figura singular na história da arquitetura em Portugal. Isso reside não só na peculiaridade das suas abordagens projetuais, sobretudo as iniciais, mas também na extensa obra escrita que produz. Na senda de um projeto integrado de arquitetura, Raul Lino desenha móveis, cerâmica, azulejos, vitrais e até mesmo tecidos. Ilustra livros, desenha cenários e figurinos para teatro, só para referenciar algumas criações. Organiza, igualmente, a programação de filmes, recitais, peças de teatro, espetáculos de bailado e concertos. Raul Lino que aliás é membro fundador (1932), e mais tarde presidente (1967), da Academia Nacional de Belas-Artes, é, em suma, um homem da cultura e das artes, de experiências e práticas multifacetadas, fiel a um conjunto de princípios e de valores de uma ética e estética enraizada na cultura e história portuguesa. Raul Lino falece a 13 de julho de 1974, com 95 anos, 77 dos quais de atividade.
Lugares:
Lisboa
Windsor
Hannover
Berlim
Funções, ocupações e actividades:
Arquiteto
Vice-presidente da Academia Nacional de Belas-Artes
Diretor dos Monumentos Nacionais
Presidente da Academia Nacional de Belas-Artes
Mandatos/fontes de autoridade:
Diploma Oficial de Arquiteto (1926)
Identificador do registo de autoridade:
00351
Identificador(es) da instituição:
PT/AMLSB
Regras e/ou convenções:
ISAAR(CPF)
PORTUGAL. Direcção-Geral de Arquivos. Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo - Orientações para a descrição arquivística. 2ª v. Lisboa: DGARQ, 2007. ISBN 978-972-8107-91-8.
Línguas e escritas:
Português
Fontes:
ALMEIDA, V. A. - Arquiteto Moderno. In Raul Lino - Exposição Retrospetiva da sua Obra. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1970.
FRANÇA, J. A. - A Arte em Portugal no Século XX. Lisboa: Bertrand, 1966. Volume II.
LINO, M. C. - Raul Lino e as Artes Decorativas. Lisboa: Universidade Lusíada, 1999. Dissertação de Mestrado
RIBEIRO, I. - Raul Lino - Pensador Nacionalista da Arquiteetura. Porto: Publicações Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, 1994
RIO-CARVALHO, M. - Duas pistas para a leitura de Raul Lino. In Raul Lino - Artes Decorativas. Lisboa: Fundação Ricardo Espírito Santos Silva, 1990.
TRIGUEIRO, L & SAT, C. (ed.) - Raul Lino: 1879-1974. Lisboa: Blau, 2003.
Registos adjacentes
- Lomba, Silvestre Martins. 19---, arquiteto
- Landerset, Jacques Filipe Salgueiro de Mendonça Corte-Real de. 19---, engenheiro civil
- Lima, Manuel Albino Pereira. 19--?-, construtor civil
- Lopes, Armando José Costa. 19---, engenheiro técnico civil
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