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Tipo de entidade:
Pessoa singular
João II. 1455-1495, rei de Portugal
Outras formas do nome:
O Príncipe Perfeito
Data(s):
1455-05-03 (nascimento)
1468 (concessão do governo da Ordem de Avis)
1469 (nascimento de D. Manuel, futuro rei de Portugal)
1473 (contrato de casamento com D. Leonor)
1474 (investidura como cavaleiro)
1477-11-10 (aclamado e proclamado rei)
1477 (Cortes de Santarem/Lisboa)
1479 (tratado de paz luso-castelhano de Alcaçovas)
1481-1495 (reinado)
1494 (assinatura do tratado de Tordesilhas)
1495-10-25 (morte)
História:
D. João II nasceu em Lisboa em 1455. Filho de D. Afonso V e da rainha D. Isabel. Ainda recém-nascido foi batizado e jurado herdeiro do trono de Portugal. Ficou conhecido para a posteridade com o cognome de O Príncipe Perfeito. Como refere a crónica de Garcia de Resende, foi educado «com muito grande cuidado», por «pessoas virtuosas, prudentes e mui examinadas», com a presença de mestres que lhe ensinam a leitura e a escrita do latim e ainda a rezar. Foram eles Soares de Albergaria, D. Beatriz de Meneses, frei João Rodrigues e o padre Vasco Terneiro, bacharel da Universidade de Lisboa. Em 1468 recebeu do papa Paulo II o governo da Ordem de Avis. Armado cavaleiro em 1471 na sequência da tomada da praça de Arzila. Em 1474 recebeu a doação do monopólio dos mares da Guiné. Enquanto jovem príncipe desempenhou importantes papéis na vida política do país, assumindo a regência do reino nas ausências de seu pai, designadamente durante as campanhas do Norte de África (1464), durante a luta pela sucessão ao trono castelhano em 1475 e durante a viagem do seu pai a França em 1477 em busca de apoio externo para a sua causa. Acompanhau o seu pai na conquista de Arzila (1471) e mais tarde, auxilia-o na batalha de Toro (1476). Ficou a dirigir a política atlântica a partir de 1474, encetou relações diplomáticas com Castela de forma a negociar a natureza da posse das terras descobertas na costa africana, celebrando os tratados de Alcáçovas (1479) e de Toledo (1480), que dividiram o Atlântico pelo paralelo das Canárias. Casou em 1473 com a sua prima, Leonor de Lencastre, filha do infante D. Fernando, irmão de D. Afonso V e de D. Beatriz. Desta relação nasce o príncipe D. Afonso, que morreu em 1491 em circunstâncias misteriosas, segundo algumas fontes, numa queda de cavalo. Teve uma relação extraconjugal com D. Ana de Mendonça da qual resultou um filho, D. Jorge, duque de Coimbra. D. Afonso V abdicou a seu favor em 1476. D. João II é aclamado e proclamado rei nas cortes de Santarém em 1477. O novo rei decidiu abdicar da dignidade real na sequência do regresso do seu pai ao reino. Foi coroado em 1481 após a morte do rei Afonso V. D. João II reuniu cortes em 1481 em Évor, em 1482 em Santarém, em 1490 novamente em Évora. Destas cortes resultou sobretudo a avocação de poder político e económico dos grupos sociais mais influentes, desde logo da nobreza e das oligarquias concelhias; negociou o casamento do seu filho, D. Afonso, com a princesa Isabel primogénita dos reis católicos de Espanha, no âmbito da celebração do tratado das Terçarias de Moura. Mas o seu herdeiro legítimo morreu antes da sua coroação e, por isso, propõe para seu sucessor o seu filho bastardo D. Jorge. Esta solução é amplamente rejeitada, deixando D. João II sem herdeiro legítimo. Por isso, nomeou como sucessor, o seu primo e cunhado D. Manuel, duque de Beja. Em política externa deu continuidade à expansão marítima, desenvolvendo relações diplomáticas através do envio de embaixadores a vários reinos; confirmou o tratado de Windsor assinado com a Inglaterra em 1386; firma o tratado de Tordesilhas (1494) com Castela, permitindo estabelecer fronteiras no Atlântico e garantir a instauração da doutrina do mare clausum, facilitando ao reino português a manutenção da rota do Cabo e o acesso aos mares e comércio do Oriente; mandou construir a fortaleza da Mina para apoiar o tráfico de escravos da Guiné; mandou povoar algumas ilhas no Golfo da Guiné; patrocinou as viagens de Diogo Cão que, em 1482, descobre o rio Zaire e o reino do Congo; continou a navegação pela costa africana, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo das Tormentas em 1488; apoou a viagem de Pero da Covilhã e Afonso de Paiva em 1487. Foram ambos enviados para recolher informações acerca do rei mítico Preste João e ainda para descrever as rotas das especiarias. Através dos seus relatórios, D. João II percebeu que a Índia podia ser alcançada por via marítima. Por testamento de 29 de setembro de 1495, feito em Alcáçovas, D. João II nomou o duque de Beja D. Manuel, como herdeiro da Coroa portuguesa, seguindo depois para o Alvor, onde morreu a 25 de outubro do mesmo ano. Foi sepultado no mosteiro da Batalha numa capela lateral da igreja e, mais tarde, em 1901 foi transladado para a capela do Fundador.
Lugares:
Lisboa
Santarém
Alcáçovas
Funções, ocupações e actividades:
Rei de Portugal
Mandatos/fontes de autoridade:
Aclamado e proclamado rei (1477-11-10)
Identificador(es) da instituição:
PT/AMLSB
Regras e/ou convenções:
ISAAR (CPF) - Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias: adotada pelo Comité de Normas de Descrição, Camberra: Australia, 27-30 de outubro de 2003. Conselho Internacional de Arquivos.
ODA - Orientações para a Descrição Arquivística: Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo. Lisboa: Direção Geral de Arquivos, 2011.
NP 405-1:1994 - Informação e Documentação. Referências bibliográficas: documentos impressos: Comissão Técnica 7. Lisboa: Instituto Português da Qualidade, 1994.
Línguas e escritas:
Português
Fontes:
AMARAL, Manuel - Reis, rainhas e presidentes de Portugal: D. João II. O portal da História: História de Portugal. [Em linha]. 2000-2015. [Consultado em 2015-12-02]. Disponível em http://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/joao2.html
FONSECA, Luiís Adão da - D. João II. Mem Martins: Círculo de Leitores, D. L. 2005.
MATOS, Artur Teodoro ; COSTA, João Paulo Oliveira e ; CARNEIRO, Roberto - Cronologia da monarquia portuguesa. [Lisboa]: Círculo de Leitores, 2012. ISBN 978-972-42-4823-3.
SERRÃO, Joel, dir. - Dicionário de História de Portugal. Lisboa: Iniciativas Editoriais, 1963-1971. Vol. II, pp. 611-615.
SOUSA, Armindo de - A estratégia política dos municípios no reinado de D. João II. [Em linha]. [Consultado em 2016-01-28]. Disponível em http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/2141.pdf
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