Plano de classificação

[Reportagem do Convento de São João Evangelista de Xabregas]Data(s):2014-09-17Nível de descrição:Documento composto - FotografiaDimensão e suporte:Dimensão: 2Autor(es):Vicente, José. 1977- , fotógrafoÂmbito e conteúdo:O Convento de São João Evangelista de Xabregas é também conhecido por Convento de São Bento de Xabregas, Convento de São João de Xabregas, Convento de Santo Elói dos Olivais, Convento do Beato e Convento do Beato António. O Convento de São João Evangelista de Xabregas situa-se na Alameda do Beato. No século XV, naquele local, por ordem de Dom Estêvão de Aguiar, abade de Alcobaça, erguera-se uma pequena ermida com o orago de São Bento. Esta ermida é oferecida à rainha Dona Isabel de Lancastre como prenda de casamento com o rei Afonso V. A rainha destina a ermida à fundação de um hospício para os Bons Homens de Vilar de frades, da congregação dos Frades Lóios. A rainha morre prematuramente em 1455, com apenas 23 anos. Em 1461 Dom Afonso V executa a obra e instala no local uma comunidade religiosa de Cónegos Regrantes de São João Evangelista - Lóios, em memória da devoção da rainha a este Santo. A partir desta data o convento passa a chamar-se convento de São João Evangelista. No final do século XV a comunidade era apoiada financeiramente pela rainha Dona Leonor, nora de Dona Isabel. O Padre António da Conceição, residente no convento, nasceu em Pombal, em 1522 e foi o grande obreiro da construção da nova igreja e dos melhoramentos no edifício. A população de Lisboa há muito que acreditava nos milagres do padre, tratando-o por Beato António. Morreu em 11 de maio de 1602 e foi beatificado no século XVIII. O seu nome perdura até hoje e estendeu-se à toponímia. Chama-se Beato à zona ribeirinha, onde se compreendem os limites desta freguesia oriental da cidade de Lisboa. O templo de São João Evangelista ficaria conhecido com o nome da pequena ermida que lhe dera origem: Convento de São Bento de Xabregas, ou Enxobregas. O Terramoto de 1755 não danificou o convento e o Real Hospital veio aí instalar-se no século XVIII. A seguir à extinção das ordens religiosas e à profanação da Igreja, um incêndio inutilizou as instalações e atingiu o templo. Salvaram-se apenas a cozinha, o refeitório e o noviciado. Depois de abandonado, o convento foi espoliado das suas obras de arte em talha e pinturas. Na capela-mor estavam os túmulos dos Linhares, paredes laterais eram revestidas a mármore e existiam várias imagens de Nossa Senhora, São João e de São Lourenço Justiniano. As outras capelas, treze na totalidade, cinco por cada lado do corpo da igreja, duas no cruzeiro e a capela-mor, eram dedicadas a São Bartolomeu, à Senhora das Barracas, ao Senhor dos Passos e ao Santíssimo Sacramento. Na Igreja, na portaria, na capela do reitor, no frontispício, no cruzeiro, no convento e nas capelas existiam painéis de azulejos. Na escadaria conventual, em mármore branco e cor-de-rosa existiam várias estátuas que desapareceram. Atualmente, a escadaria permanece muito deteriorada. A revolução liberal veio autorizar a divisão em lotes das ruínas do convento, para a construção de armazéns e casas particulares que ainda hoje ali existem. O industrial João de Brito, adquiriu em hasta pública o que restava do Convento do Beato António. Em 1843 Instala no convento uma moagem de cereais, fábrica a vapor, moagem de pão e bolachas, armazéns de vinho e oficinas de carpintaria. As duas torres, que encimavam a entrada do convento, foram destruídas nesta época, assim como a fachada principal, que foi alterada pelos industriais de modo a adaptar-se às novas funções fabris. O industrial, mandou construir casas para os operários e manteve algumas iniciativas de caráter social, como a criação de uma filarmónica, uma associação humanitária para os sócios da firma e uma outra de beneficência. Foi criada uma escola primária, fundada pelo Conde de Casal Ribeiro. No final da década de 40 a Companhia Industrial de Portugal e Colónias concentrou a sua atividade industrial no Beato. Substituiu as antigas fábricas, espalhadas por vários pontos da cidade, por novas fábricas mais modernas e eficientes, preocupando-se também com a construção de edifícios. O conjunto formado pelos novos silos, moagem e armazém de farinhas foi um projeto do arquiteto Porfírio Pardal Monteiro, com o qual se iniciou o plano. Na continuação deste plano, no final da década de 50, e com projecto de António Pardal Monteiro, constrói-se um grupo de silos e um vasto edifício destinado à instalação da nova fábrica de massas, bolachas e fábrica de sêmolas. O imóvel foi classificado de interesse público em 1984. Em 2004 deu-se um incêndio que destruiu grande parte do edifício que em 2005 é reabilitado através de uma intervenção de mecenato cultural da empresa Cerealis, dona da fábrica Nacional. O Convento do Beato e a área envolvente foram adquiridos em 2018 por um grupo de investimento internacional para implementar um projeto urbanístico. Atualmente o convento do Beato é palco de realização de eventos. Idioma(s):PortuguêsUnidades de descrição relacionadas:Cód. referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/COPA/001/25201Título: 40453Notas:Reportagem realizada no âmbito do projeto - LxConventos: da Cidade Sacra à Cidade Laica. A extinção das ordens religiosas e as dinâmicas de transformação urbana na Lisboa do século XIX. Projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (PTDC/CPC-HAT/4703/2012). Este projeto tem como Instituição Proponente o Instituto de História de Arte, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, que decorreu entre Maio de 2013 e Abril de 2015.Morada:Local: Beato (alameda, Beato, Lisboa, Portugal)Arquivo:AFCódigo de referência:PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/LPC/036