Plano de classificação

Polyphonia Schola CantorumData(s):1941-[1966]Nível de descrição:ColecçãoDimensão e suporte:Dimensão: 1 dossier (325 x 290 x 85 mm)Suporte: PapelSuporte: Tecido têxtilNome(s) do(s) produtor(es) e história administrativa/biográfica:Nome(s) do(s) produtor(es): Polyphonia Schola Cantorum. 1941-História administrativa/biográfica: O Polyphonia Schola Cantorum é um grupo coral misto fundado em 1941, em Lisboa, por iniciativa de Olga Violante, Sara Navarro Lopes, João da Silva Santos e Sebastião Cardoso, enquanto associação cultural com interesse na promoção da cultura musical portuguesa, nomeadamente através da difusão de obras de música coral dos grandes mestres portugueses, sobretudo dos séculos XVI, XVII e XVIII. O primeiro ensaio teve lugar em 29 de janeiro de 1941, tendo a primeira exibição experimental ocorrido em 1 de julho desse ano, na sala das sessões da Associação dos Arqueólogos Portugueses, e o primeiro concerto oficial em 4 de junho de 1942, no Teatro Nacional de São Carlos. Sendo inicialmente constituído por cerca de 40 elementos, o coro teve como primeiro cantor-mor, ou regente, o musicólogo Mário Luís de Sampayo Ribeiro, que o dirigiu até à sua morte, em 1966. Subordinado ao lema "Pro Pátria, Pro Deo et Pro Arte", conforme registado nos seus estatutos, foi intenção dos seus fundadores criar um coro que pudesse dedicar-se, especialmente, à descoberta e divulgação dos tesouros da música portuguesa, então desconhecidos ou perdidos em arquivos e bibliotecas. Dessa forma, contribuiu para o ressurgimento de diversos centros musicais (em Évora, Elvas, Lisboa, Coimbra e Viseu) e, com eles, as obras dos grandes mestres dos séculos XVI e XVII. Grande parte destas obras tem sido divulgada, ao longo de mais de 80 anos de atividade ininterrupta, por todo o país, mas também no estrangeiro (em Espanha, França, Itália, Inglaterra, Macau, entre outros locais), através de várias centenas de atuações, da publicação de partituras de música polifónica religiosa e popular portuguesa e, ainda, de gravações em disco de peças do seu repertório. Com a morte do maestro-fundador e principal impulsionador do Polyphonia (em 13 de maio de 1966), sucedeu-lhe outro musicólogo de grande reputação, o cónego José Augusto Alegria, que com grande sensibilidade artística e profundo conhecimento da arte musical, conduziu os destinos do coro até 1974, continuando a manter viva a chama que caraterizou os seus primeiros tempos. Nessa altura foi escolhido, para cantor-mor, um dos seus mais experientes e qualificados cantores, o maestro António Leitão, que devotou à música coral grande parte do seu trabalho, do seu estudo e do seu entusiasmo. Durante sete anos de intenso trabalho procurou manter vivo o espírito do Polyphonia, designadamente através da renovação do reportório e de todos os naipes do coro, bem como pelo incremento das suas atuações. Após um curto período em que o maestro Jorge Manzoni, também ele distinto regente e ex-coralista do grupo coral, assegurou com destaque a regência do coro, foi convidado para desempenhar o cargo, em 1982, o maestro Manuel Teixeira. Procurando incutir um sentido mais profissional, através de um trabalho exigente e de elevado nível artístico, o coro veio progressivamente a aperfeiçoar as suas qualidades vocais e interpretativas, de que são testemunha as muitas expressões públicas de apreço e louvor pelas atuações efetuadas sob a sua direção. O maestro Manuel Teixeira viria a deixar o coro em 2004, e a direção do Polyphonia envidou todos os esforços no sentido de encontrar um novo regente, tendo vindo a acordar com o maestro Sérgio Fontão a sua entrada em funções, em janeiro de 2004, continuando a dirigir o coro até à atualidade. Como coro totalmente amador, o Polyphonia tem vivido, ao longo da sua existência, exclusivamente do ânimo dos seus componentes, dos dedicados amigos que acompanham e incentivam o seu trabalho e do eventual auxílio de entidades públicas, nomeadamente a Secretaria de Estado da Cultura, a Câmara Municipal de Lisboa, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a Associação dos Arqueólogos Portugueses. Atendendo à elevada contribuição do Polyphonia em prol da música, e em especial da música polifónica portuguesa, foi-lhe atribuído, em outubro de 1985, pelo Ministro da Cultura, a Medalha de Mérito Cultural. O grupo coral obteve, ainda, o estatuto de pessoa coletiva de utilidade pública, em 1990, pela Declaração DD462, de 8 de março.Nome(s) do(s) produtor(es): Amaral, Maria Emília dos Santos e Silva. 1921-2006, museóloga e escritoraHistória administrativa/biográfica: Maria Emília dos Santos e Silva Amaral nasceu em Lisboa, em 9 de fevereiro de 1921, filha de António Marques Ribeiro Amaral e de Isabel dos Santos e Silva. O pai era natural de Tábua (em Santa Comba Dão), local onde iria passar extensos períodos de férias, durante a sua infância e juventude. Embora com origens rurais, o pai desempenhou, profissionalmente, diversas atividades na área comercial, incluindo um período passado em Angola e um estabelecimento de vidraria em Belém (em Lisboa). Terá sido aí que conheceu a esposa, filha de João dos Santos e Silva, republicano e regedor da freguesia de Belém. Maria Emília era a única filha do casal, mas, durante a sua infância, a sua mãe contraiu tuberculose, fazendo com que fosse criada pela tia (irmã da sua mãe), Hermínia dos Santos e Silva, casada com Joaquim Bernardino (alferes que integrou o Corpo Expedicionário Português, na Flandres, entre 1917 e 1919), e que não tinham filhos. Maria Emília frequentou a escola primária em Belém e, de seguida, efetou os estudos secundários no Liceu D. Filipa de Lencastre, no Arco do Cego (em Lisboa), que concluiu em 1939. Durante este período, frequentou, durante sete anos, o curso de piano, do Conservatório Nacional, onde se terá cruzado com Mário Luís de Sampayo Ribeiro, impulsionador e primeiro maestro do grupo coral Polyphonia Schola Cantorum, que iria integrar nos primeiros anos de atividade deste coro (entre 1941 e 1951). Seguiu-se a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa, concluída em 1947. Nos anos seguintes, desenvolveu um conjunto de trabalhos em diversos museus de Lisboa e, entre março de 1951 e abril de 1952, como bolseira do Instituto para a Alta Cultura, frequentou um curso de História de Arte, na Universidade de Colónia (na Alemanha). Em 1953, Maria Emília casou-se com José Maria Teixeira (tendo incluído o apelido do marido no seu nome), que conhecera na Faculdade de Letras e, mais tarde, no Museu Nacional de Arte Antiga, onde este foi, durante algum tempo, chefe de Secretaria. No ano seguinte, José Maria alistou-se na Guarda Nacional Republicana, tendo feito carreira como oficial. O casal teve quatro filhos: Maria, João (ambos nascidos em Lisboa), Hermínia (nascida em Santo Tirso) e Manuel (nascido em Braga). Entre 1953 e 1955, Maria Emília efetuou o Segundo Curso de Conservadores, ministrado no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, tornando-se, a partir de 1954, conservadora-estagiária do mesmo Museu. No final de 1955, foi nomeada conservadora-adjunta, e diretora, do Museu Regional de Alberto Sampaio, em Guimarães, onde foi, também, durante um curto período, conservadora do Paço dos Duques de Bragança e do Castelo de Guimarães. Nessa época, a família mudou-se para o norte de Portugal, tendo vivido em Guimarães, Santo Tirso e Braga, até ao princípio de 1967, altura em que se transferiu para o Porto, no seguimento da nomeação, em 1966, de Maria Emília para diretora do Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto. Foi a primeira mulher a dirigir este museu, tendo acompanhado e gerido a turbulência e a dinâmica do período revolucionário do 25 de Abril, participando nos trabalhos de instalação do Centro de Arte Contemporânea, em 1976, que viria a dar origem ao Museu de Serralves (no Porto). Foi igualmente por sua iniciativa, que o Museu acolheu novas e diversas manifestações de arte, como a fotografia, o cinema, a música, a dança, a literatura e o teatro, contribuindo para o aumento substancial do número de visitantes. Em acumulação com este cargo, foi conservadora dos museus da Câmara Municipal do Porto, tendo sido essencial na criação do Museu Romântico do Porto, instalado na Quinta da Macieirinha, inaugurado em 1972. Fez ainda parte da Comissão Instaladora do Museu dos Biscainhos, em Braga, que abriu ao público em fevereiro de 1978. Reformou-se em 1986, do Museu Nacional Soares dos Reis, mantendo, no entanto, contacto com as atividades culturais da cidade, particularmente através de colaboração com o Centro Regional de Artes Tradicionais, localizado no centro histórico do Porto, tendo à sua responsabilidade o setor de exposições temporárias. Ainda em 1986, foi agraciada com a Medalha de Mérito Cultural, pelo Ministério da Cultura, por serviços prestados na área da Museologia e Artes Decorativas. Em 1997, foi homenageada com a Medalha Municipal de Mérito (grau Ouro), pela Câmara Municipal do Porto, devido à atividade de conservadora de museus e ao papel fundamental que desempenhou na instalação do Museu Romântico do Porto. Ao longo da sua vida, foi autora de um conjunto diversificado de monografias e publicações, sobretudo relacionadas com o acervo do Museu do Alberto Sampaio, em Guimarães. Maria Emília dos Santos e Silva Amaral Teixeira faleceu em Barcelos, em 2006.História custodial e arquivística:A documentação manteve-se na posse da família de Maria Emília dos Santos e Silva Amaral (subcantora de Polyphonia Schola Cantorum), tendo sido doada à Câmara Municipal de Lisboa por João Amaral Teixeira (filho), em representação dos seus herdeiros, em abril de 2024. O ingresso no Arquivo Municipal de Lisboa ocorreu em 18 de junho de 2024.Âmbito e conteúdo:Documentação produzida e acumulada entre 1941 e cerca de 1966, composta por programas de concertos, espetáculos de música e eventos culturais ocorridos, sobretudo, em Portugal, com a participação e atuação do grupo coral Polyphonia Schola Cantorum. A documentação foi reunida por Maria Emília dos Santos e Silva Amaral (subcantora do grupo coral, entre 1941 e 1951) e inclui documentos particulares e notas pessoais, na sua maioria relacionados com a atividade do coro. O conjunto documental contém, ainda, o livro "Danças regionais".Sistema de organização:CronológicoCondições de acesso:Documentos microfilmados e/ou digitalizados, sendo o acesso concedido por meio desse(s) suporte(s).Condições de reprodução:Reprodução para exposição, publicação e utilização comercial mediante autorização do Arquivo Municipal de Lisboa.Existência e localização de cópias:Documentação reproduzida no Arquivo Municipal de Lisboa em suporte digital.Unidades de descrição relacionadas:Cód. referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/RPCI/002/002469Título: Declaração de doação do espólio Polyphonia Schola CantorumUnidades de descrição relacionadas:Polyphonia Schola CantorumArquivo:AHCódigo de referência:PT/AMLSB/PSC