Plano de classificação

Tipo de entidade:Pessoa singularFilipe I. 1527-1598, rei de PortugalOutras formas do nome:O Prudente«Hispaniarum rex»Filipe de ÁustriaFilipe II, rei de EspanhaData(s):1527-05-21 (nascimento)1581-1598 (reinado em Portugal)1556-1598 (reinado em Espanha)1543 (casamento com a infanta de Portugal Maria Manuela)1554 (casamento com a rainha de Inglaterra Maria Tudor)1559 (casamento com Isabel de Valois)1570 (casamento com Ana Maria de Áustria)1581 (Cortes de Tomar)1581 (entrada solene em Lisboa)1583 (Cortes de Lisboa)1581 (Cortes de Tomar, juram D. Diogo, herdeiro da Coroa)1582 (morte em Madrid de D. Diogo de Áustria)1583 (Cortes de Lisboa, juram D. Filipe, herdeiro da Coroa)1595 (conclusão das Ordenações Filipinas)1598-09-13 (morte)História:D. Filipe I (II de Espanha) nasceu a 21 de maio de 1527, em Valladolid. Filho do imperador Carlos V (Carlos I de Espanha) e de Isabel de Portugal. Jurado príncipe herdeiro em 1528. Desde cedo foi preparado para suceder a seu pai, as muitas viagens que fez pela Europa, Países Baixos, Inglaterra, Alemanha foram determinantes nessa aprendizagem. Em 1543 assumiu a regência e casou com Maria de Portugal, filha de João III, rei de Portugal. Torna-se rei de Espanha em 1555 quando Carlos V abdica em seu nome, herdando um vasto império. Com a morte de D. Sebastião, sobe ao trono português o cardeal D. Henrique, sem descendentes diretos e com uma idade avançada. A questão da sucessão foi a principal preocupação do cardeal durante o seu curto reinado. Convocou cortes para Almeirim em 1579, com o principal objetivo de tratar deste grave assunto. Nas negociações decorrentes foram analisadas as pretensões dos três candidatos mais importantes que tiveram de apresentar, de forma muito detalhada, as razões dessa pretensão. Os três pretendentes eram, Catarina, duquesa de Bragança, António, prior do Crato e Filipe II de Espanha. Este apresentou uma candidatura exaustiva e minuciosa e atraiu o apoio da nobreza e do clero. Esta situação deu lugar ao confronto militar entre o prior do Crato e o rei de Espanha, culminando com a derrota do primeiro. Nas cortes de Tomar, a 15 de abril de 1581, o pretendente castelhano foi declarado rei de Portugal, O auto de entrega do reino data de 11 de setembro de 1580, em Lisboa. Filipe I jurou manter todos os foros, privilégios, costumes e liberdades que existiam em Portugal. Redigiu uma carta de perdão geral aos seus opositores, com exceção do próprio D. António e principais apoiantes, este refugiou-se em Inglaterra. Com a agregação de Portugal e das respetivas regiões ultramarinas, a órbita do seu reinado adquiriu uma escala ainda mais vasta. A entrada solene do rei em Lisboa dá-se em 1581, irá permanecer cerca de dois anos, regressando a Madrid em 1583. O cardeal-arquiduque Alberto da Áustria, sobrinho do rei, foi nomeado vice-rei de Portugal assumindo o governo deste reino até 1593. Começou então um período, até 1599, de governo com cinco governadores, Miguel de Castro, D. João da Silva, Duarte de Castelo Branco, Francisco Mascarenhas e Miguel de Moura foram os nomeados. Em Portugal Filipe I realizou uma notável obra de organização da administração pública, tendo as Ordenações Filipinas como ponto alto dessa gestão, transformando-se no mais duradouro código legislativo português. Houve uma reforma do anterior código manuelino, apresentando a novidade da exigência de documentação escrita como principal instrumento de administração. Esta medida possibilitou a descrição completa dos processos, desde o mais simples ao mais complexo, assim como o arquivamento dos documentos no Arquivo Real. Filipe I foi um príncipe do renascimento, a sua educação seguiu as práticas da época. Como prova desse percurso, destacou-se no papel de mecenas e nas diversões cavalheirescas que não rejeitava. No entanto, acabou como um monarca mais isolado, mais distante e muito ligado aos assuntos da governação dos vastos territórios. Ocupou-se pessoalmente da redação de documentação e das anotações que fazia nos documentos, “um soberano que governa através de papéis”, segundo o historiador Fernando Bouza. Durante a sua estadia em Portugal interveio bastante em construções a que dava a maior atenção e importância. O seu interesse pela arquitetura foi conhecido. O Mosteiro de São Vicente de Fora foi um bom exemplo desse interesse, além de ter mandado construir e restaurar castelos e fortificações pelo país. O torreão do Palácio da Ribeira (destruído pelo Terramoto) foi talvez a construção, em Portugal, mais emblemática do seu reinado. O poder que detinha era limitado pelos privilégios e costumes dos vários territórios e estados que governava em simultâneo. Fortalecer o poder central vai ser uma preocupação dominante. Tirou partido do desenvolvimento da nova tecnologia da imprensa que possibilitava a replicação em massa de um número indeterminado de documentos por baixo custo, alimentando campanhas de propaganda e de cerimonial e, por outro lado, recolhendo e distribuindo informações para controlar e governar o vasto reino de forma mais eficaz. Portugal foi muito prejudicado com a deterioração das relações entre Espanha e Inglaterra. Sofreu retaliações pelas medidas tomadas por Espanha para prejudicar o comércio de Inglaterra. Portugal e portos ultramarinos do seu império foram atacados e saqueados por corsários; também foi muito prejudicado com a derrota da Invencível Armada em 1588 no Canal da Mancha, onde perdeu quase a totalidade da sua marinha. De forma a imortalizar a vitória das tropas castelhanas, na batalha de San Quintín em 1557, sobre as forças de Henrique II de França, o rei mandou construir um grande complexo arquitetónico em San Lorenzo de El Escorial. A obra iniciou-se em 1563, ainda nesse mesmo ano instituiu a capital do império castelhano em Madrid. Filipe I casou quatro vezes: a 15 de novembro de 1543, com a infanta de Portugal Maria Manuela, que vem a falecer ao dar à luz o príncipe Carlos, em 1545 casou com Maria Tudor rainha de Inglaterra, em 25 de julho de 1554, esta morreu a 17 de novembro de 1558. A 22 de junho de 1559 casou com Isabel de Valois, que veio a falecer com vinte e dois anos após um aborto. Finalmente casou uma quarta vez, com Ana Maria de Áustria, a 12 de novembro de 1570. Foi deste ultimo casamento que nasceu o seu sucessor. Morreu a 13 de setembro de 1598 no Escorial, onde foi sepultado no Panteão dos Reis. Sucedeu-lhe o seu filho, Filipe II de Portugal ( Filipe III de Espanha). Lugares:ValhadolidMadridLisboaMosteiro de São Lourenço do EscorialFunções, ocupações e actividades:Regente em Espanha Rei de Portugal Rei de Espanha Mandatos/fontes de autoridade:Auto de aclamação de 4 de julho de 1581Aclamações e Cortes - PT/TT/ACRT Identificador(es) da instituição:PT/AMLSBRegras e/ou convenções:ISAAR(CPF)PORTUGAL. Direcção-Geral de Arquivos. Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo - Orientações para a descrição arquivística. 2ª v. Lisboa: DGARQ, 2007. ISBN 978-972-8107-91-8.NP 405-1. 1994, Informação e Documentação - Referências bibliográficas: documentos impressos. Lisboa: IPQ.Línguas e escritas:PortuguêsFontes:BOUZA, Fernando - D. Filipe I. [Lisboa]: Círculo de Leitores, 2005. ISBN 972-42-3443-6.MATOS, Artur Teodoro ; COSTA, João Paulo Oliveira e ; CARNEIRO, Roberto - Cronologia da monarquia portuguesa. [Lisboa]: Círculo de Leitores, 2012. ISBN 978-972-42-4823-3.AMARAL, Manuel - Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico: Filipe II de Espanha e I de Portugal. O portal da História. [Em linha]. 2000-2015. [Consultado em 2015-11-23]. Disponível em http://www.arqnet.pt/dicionario/filipe1.html AMARAL, Manuel - Reis, rainhas e presidentes de Portugal: D. Filipe I. O portal da História: História de Portugal. [Em linha]. 2000-2015. [Consultado em 2015-11-23]. Disponível em http://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/filipe1.html