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Tipo de entidade:
Pessoa singular
Leonor de Lencastre. 1458-1525, rainha consorte do rei D. João II
Outras formas do nome:
Leonor de Portugal
Leonor de Avis
Data(s):
1458-05-02 (nascimento)
1466 (acordo de casamento do príncipe D. João com D. Leonor)
1471(casamento com o príncipe D. João, em Setúbal)
1475 (nascimento do príncipe D. Afonso)
1476 (carta régia nomeando D. Leonor regente do reino)
1481 (nascimento em Abrantes de D. Jorge, filho bastardo de D. João II e da Ana de Mendonça)
1483 (partida da família real de Abrantes para Lamego)
1484 (carta da rainha participando à câmara de Lisboa, a saída de Castela de uma frota cujo destino ignorava, prevenindo para avisar Cascais e toda a costa)
1484-09-16 (carta da rainha, agradecendo à câmara de Lisboa as manifestações de lealdade para com a Coroa)
1484 (a rainha escreve ao corsário João Bretão, por intermédio da câmara de Lisboa)
1484 (carta da rainha à câmara de Lisboa solicitando que se façam procissões para a cura de D. JoãoII)
1485 (primeira menção conhecida ao hospital das Caldas, fundado pela rainha)
1488 (batismo do africano Bemoim na casa da rainha)
1491 (morte do píncipe D. Afonso)
1495 (a rainha patrocina a edição da Vita Christi de Ludolfo Cartusiano)
1495 (partida do rei para o Algarve e da rainha para Alcácer do Sal)
1495 ( morte do rei D. João II, em Alvor)
1495 (chegada da notícia da morte do rei a Alcácer do Sal)
1495 (carta da rainha solicitando à câmara de Évora que não consinta que se faça mal aos judeus)
1496 (ordem da rainha para que a câmara de Lisboa faça devoções em beneficio da saúde da cidade)
1496 (súplica da rainha ao papa solicitando indulgências para os visitantes da igreja de Nossa Senhora do Pópulo, adjacente ao hospital das Caldas)
1498 (partida de D. Manuel I para Castela; D. Leonor regente do reino)
1498 (fundação da Misericórdia de Lisboa pela rainha)
1503 (patrocínio, pela rainha, da apresentação no dia de reis, do Auto dos Reis Magos, de Gil Vicente)
1504 (patrocínio, pela rainha, da representação do Auto de São Martinho, de Gil Vicente, na igreja das Caldas)
1505 (a rainha patrocina a impressão dos Autos dos Apóstolos, na oficina de Valentim Fernandes)
1506 (mudança para Óbidos, devido à peste em Lisboa, sendo solicitados ao Porto mantimentos para os pobres do hospital das Caldas)
1510 (carta à rainha do provincial e definidores da Ordem de São Francisco da Observância aceitando a oferta do Mosteiro da Madre de Deus)
1512 (confirmação do regimento do hospital das Caldas por D. Martinho da Costa, arcebispo de Lisboa)
1515 (carta de D. Leonor ao mosteiro da Annunziata de Florença, agradecendo o Livro de Horas)
1525 (publicação da Vida de S. Domingos, obra patrocinada pela rainha)
1525-11-17 (morte)
História:
D. Leonor de Lencastre nasce a 2 de maio, de 1458, na cidade de Beja. Filha do infante D. Fernando Duque de Viseu e de D. Beatriz, é neta do rei D. Duarte e sobrinha do rei D. Afonso V, sendo, por isso, descendente do fundador da dinastia de Avis, D. João I. Por outro lado, ao contrário do que sucedeu com outras rainhas, era portuguesa e daí a justificação do seu cognome Leonor de Portugal. Pouco sabemos da educação de D. Leonor. Como era costume na época, foi entregue a uma ama, pois a missão familiar da nobreza pouco mais além ía do que garantir herdeiros. Sabemos que a ama se chamava Brianda do Carvalhal, pois foi agraciada por D. João II, em 1485. Porém, D. Leonor não cresce em Beja, na medida em que os pais se deslocavam com regularidade pelo reino tendo, por exemplo, o irmão nascido em Alcochete. Em 1466, são assinados os acordos de casamento com o príncipe D. João, futuro D. João II. D. Leonor contava nesta altura oito anos. Passados quatro anos, em 1470, morre o infante D. Fernando seu pai, na altura governador das ordens de Santiago e de Cristo. Um ano depois, mais precisamente em 1471-01-22, D. Leonor, com treze anos, casa com o príncipe D. João, este com dezasseis anos. Apesar de ambos já serem considerados adultos com estas idades, o casal permaneceu em casa de D. Beatriz. Só dois anos mais tarde se fixaram em residência própria. D. João II é rei de Portugal entre 1455 e 1495. Durante este período, D. Leonor contava com um rendimento de bens senhoriais e patrimoniais atribuído pela Coroa, destinado fundamentalmente ao seu sustento e dignidade. Denominado este tipo de património de Casa das Rainhas, contavam-se já nele algumas cidades, acrescentando-se com D. Leonor, Silves, Faro, as terras da Aldeia Galega e a Aldeia da Gavinha. Após ter ficado viúva, e já com o irmão D. Manuel como rei, mantém até à sua morte a referida Casa das Rainhas, incluindo a cidade das Caldas. Durante o período de vida contam-se-lhe dois filhos. A 18 de junho, de 1475, nasce o primeiro filho, Afonso, nos Paços da Alcáçova; em 1483, D. Leonor tem um segundo filho que vem, no entanto, a falecer num parto complicado. Prática bastante habitual neste meio, tem de tolerar o crescimento do filho bastardo do rei, o infante D. Jorge, filho de D. Ana Mendonça, dama de D. Joana, a Excelente Senhora. D. Jorge nasce a 12 de agosto, de 1481, em Abrantes. Com a morte do príncipe D. Afonso, com dezasseis anos, numa corrida trágica a cavalo, em Santarém, D. João II escolhe o seu filho D. Jorge para o suceder no trono, originando um período de tensão, não só familiar como igualmente política entre os monarcas, pois D. Leonor considera a opção do marido uma extraordinária afronta. Este episódio levou mesmo a uma separação física de ambos. Contudo, como D. João II, para além do apreço pessoal que tinha pela esposa, também valorizava as suas interpretações políticas e, por isso, opta por ceder nesta matéria, designando o seu irmão, D. Manuel, para lhe suceder no trono. Ainda assim, foi reduzido a escrito que, caso não houvesse filhos de D. Manuel, e somente nesse caso, seria D. Jorge o sucessor de D. Manuel. D. Leonor, já na condição de viúva, apresenta um elevado índice de participação na Corte, tendo sido regente por mais de uma vez. Talvez pela morte prematura de D. Afonso, e pelo desprezo das características típicas da vida mundana, retira-se para o seu paço, em Xabregas, pois aqui podia viver longe do reboliço cortês e entregar-se à devoção e austeridade religiosas. Ainda apoia D. Manuel na construção do hospital Real de Todos os Santos, que foi considerado um dos melhores da Europa; assumiu as despesas da construção do hospital termal das Caldas da Rainha; e ordenou a construção do convento da Madre de Deus. Morre a 17 de novembro, de 1525, no paço de Xabregas, e é sepultada no convento da Madre de Deus.
Lugares:
Beja
Lisboa
Alcácer do Sal
Caldas da Rainha
Óbidos
Abrantes
Lamego
Funções, ocupações e actividades:
Rainha de Portugal
Regente do reino
Mandatos/fontes de autoridade:
Regente do Reino (Carta régia de 25 de janeiro de 1476)
Identificador(es) da instituição:
PT/AMLSB
Regras e/ou convenções:
ISAAR (CPF) - Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias: adotada pelo Comité de Normas de Descrição, Camberra: Australia, 27-30 de outubro de 2003. Conselho Internacional de Arquivos.
ODA - Orientações para a Descrição Arquivística: Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo. Lisboa: Direção Geral de Arquivos, 2011.
NP 405-1:1994 - Informação e Documentação. Referências bibliográficas: documentos impressos: Comissão Técnica 7. Lisboa: Instituto Português da Qualidade, 1994.
Línguas e escritas:
Português
Fontes:
SÁ, Isabel dos Guimarães - De princesa a rainha-velha: Leonor de Lencastre. Lisboa: Círculo de Leitores, 2011. ISBN 978-972-42-4709-0.
VICENTE, Daniela - D. Leonor de Lencastre, uma rainha portuguesa. [Em linha]. 2006-2016. [Consultado em 2016-10-31]. Disponível em http://www.ruadireita.com/biografias/info/d-leonor-de-lencastre-uma-rainha-portuguesa/ .
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