Plano de classificação

Tipo de entidade:Pessoa singularDinis. 1261-1325, rei de PortugalOutras formas do nome:O LavradorO Rei PoetaData(s):1261-10-09 (nascimento)1279-1325 (reinado)1281 (casamento com D. Isabel de Aragão)1281 (primeiro conflito com o irmão D. Afonso)1282 (Cortes de Évora)1284 (concessão de privilégios a feiras francas)1285 (Cortes de Lisboa)1287 (segundo conflito com D. Afonso)1288 (Cortes de Guimarães)1288 (fundação da primeira universidade portuguesa)1289 (Cortes de Lisboa)1290 (concessão de privilégios aos estudantes)1291 (nascimento de D. Afonso, futuro rei de Portugal)1293 (criação da bolsa de mercadores)1297 (assinatura do tratado de Alcanices)1296 (reforma da língua portuguesa)1299 (primeiro testamento do rei)1299 (terceiro conflito com infante D. Afonso)1301 (Cortes de Lisboa)1303 (Cortes de Coimbra)1308 (tratado de comércio com Inglaterra )1308 (transferência da universidade para Coimbra)1317 (organização da Marinha Portuguesa)1318 (criação da Ordem de Cristo)1319 (início da guerra civil que opõe o rei ao seu filho D. Afonso)1320 (manifesto do rei contra o seu filho D. Afonso)1322 (acordo de paz entre o rei e D. Afonso)1323 (Cortes de Lisboa)1323 (confronto entre o rei e D. Afonso)1324 (tratado de paz entre o rei e D. Afonso)1324 (alteração do testamento do rei)1325-01-07 (morte)História:D. Dinis nasceu a 9 de outubro, de 1261, em Lisboa. Filho de Afonso III e de Beatriz de Castela, cedo começou a ser preparado para suceder a seu pai assumindo responsabilidades de governação em parte devido à frágil saúde do rei. Afonso III morreu em 1279, D. Dinis foi aclamado em Lisboa, a 16 de fevereiro desse ano. Tinha dezoito anos, foi o sexto rei de Portugal. Herdou um reino relativamente estável internamente apesar do conflito com a Santa Sé que já vinha da época de seu pai. Desde o reinado de Afonso III que o reino estava interditado pelo Papa e grande número de bispos portugueses se tinha refugiado em Roma. D. Dinis tentou vários acordos com o papado mas só em 1288, com o Papa Nicolau IV, o conflito foi sanado. Para isto contribuiu bastante a boa vontade de D. Dinis para com o clero português e também a concessão de privilégios e doações a instituições religiosas. A Ordem da Santíssima Trindade foi uma das beneficiadas. A interdição do reino só foi levantada em junho de 1290. Em 1281 casou com Isabel de Aragão a quem fez bastantes doações ao longo da vida. Óbidos, Abrantes e Sintra foram algumas dessas doações. Os reis tiveram só dois filhos, Constança e Afonso, o futuro rei, nascido em 1291. A rainha dedicou-se a obras de assistência e de proteção dos pobres. Fundou o hospital dos Meninos Abandonados de Santarém. (Foi canonizada em 1625 pelo Papa Urbano VIII). Internamente o rei viu-se obrigado a combater os abusos da nobreza com especial relevância para com os conflitos que manteve com o seu irmão o infante Afonso que, por várias vezes, desafiou a autoridade régia. Em 1283 revogou todas as doações feitas desde o início do seu reinado. Mandou realizar várias inquirições gerais de modo a conhecer o património régio e a controlar a posse de terras pela nobreza e clero de forma a evitar os frequentes abusos. Conhecia bem o seu reino pelas constantes viagens que fez procurando inteirar-se das dificuldades existentes em vários locais. O povoamento e a fixação de populações, principalmente nas regiões fronteiriças, foram uma preocupação constante deste rei. Concedeu mais de oitenta forais a localidades. Autorizou a realização de feiras francas, nelas os comerciantes estavam isentos de vários impostos, como , por exemplo, o de portagem. Houve também uma continuada política de defesa com a construção e obras de beneficiação de inúmeras fortificações. A arquitetura militar conheceu um enorme desenvolvimento neste período. Ainda relativamente à segurança do reino cria os besteiros do conto de forma a ter um exército mais eficaz. D. Dinis teve especial atenção para a atividade marítima, mandou construir navios e contratou gente que sabia de navegação. O genovês Manuel Pessanha, a quem nomeou almirante, foi encarregado de organizar a frota naval do país de forma a proteger a costa portuguesa. Grande impulsionador da agricultura, fez uma forte aposta nessa área. Apoiou intensamente o cultivo e exploração de terras, atribuindo privilégios a quem nelas quisesse trabalhar. Zonas alagadiças foram drenadas de modo a se tornaram terras aráveis. Mandou plantar o pinhal de Leiria, substituindo pinheiros mansos por pinheiros bravos, por causa do seu crescimento mais rápido. O comércio desenvolveu-se bastante. Foi criada uma bolsa de mercadores e celebrado um acordo com a Inglaterra, que permitiu assegurar a liberdade do comércio entre as duas nações. Sempre empenhado em enriquecer o reino, criou incentivos à extração mineral, como o ferro, a prata e o estanho. Em 1290, o Papa Nicolau IV autorizou os designados Estudos Gerais, criados pelo rei. Foi a primeira universidade do reino, inicialmente localizada em Lisboa e depois transferida para Coimbra. O rei concedeu inúmeros privilégios aos seus estudantes. Em 1296, o Português, a língua vulgar, substitui o Latim nos documentos da chancelaria régia. Ordenou também a tradução de livros. D. Dinis foi um rei muito culto, terá sido o primeiro rei português a assinar pessoalmente os documentos régios. Foi também um grande poeta que se destacou na poesia trovadoresca, como autor e também como protetor de outros poetas e trovadores. Autor de muitas cantigas de amor, de cantigas de amigo e de cantigas de escárnio e maldizer. Em 1297 foi assinado o Tratado de Alcanizes que finalmente estabeleceu as fronteiras entre Portugal e Leão e Castela. Este tratado foi uma grande conquista diplomática de D. Dinis. As suas ações levaram a uma política de centralização do poder régio. Reuniu Cortes frequentemente. Em Lisboa, Évora , Coimbra e Guimarães. Ainda que as relações com a Santa Sé, nem sempre fossem as melhores, por considerar que esta exercia abusos junto das classes mais desfavorecidas, fundou o Mosteiro de Santa Clara, em Lisboa, e o Mosteiro de Odivelas, onde está atualmente o seu túmulo, executando ainda cartas de couto aos mosteiros de Almoster e de São João de Tarouca. Internamente o rei fez doações às diversas ordens militares, para que estas contribuíssem para o desenvolvimento e segurança do reino. Após o processo dos Templários, movido pelo rei francês Filipe IV, deveu-se a D. Dinis a continuidade da Ordem em solo português. Assim, em 1318, enviou uma comitiva à Santa Sé para negociar a criação da Ordem de Cristo com os bens que pertenciam aos Templários., A aprovação foi concedida pelo papa João XXII, a 14 de março 1321. A Ordem de Santiago é também restaurada durante o seu reinado. Em 1319, teve início uma guerra civil, que colocou frente a frente o rei com o futuro herdeiro da coroa, o infante D. Afonso. Celebram um acordo de tréguas em maio de 1322, que durou pouco tempo, pois no ano seguinte pai e filho voltaram a entrar em conflito. Por fim, a reconciliação dá-se em dezembro, de 1323 e a assinatura de um tratado de paz feito em Santarém a 26 de fevereiro, de 1324. D. Dinis morreu em Santarém, a 7 de janeiro, de 1325, reinou quarenta e seis anos. Ficará conhecido com o cognome de O Lavrador. Está sepultado no Mosteiro de Odivelas. Sucedeu-lhe no trono o seu filho Afonso, o rei Afonso IV. Lugares:LisboaÉvoraGuimarãesCoimbraSantarémFunções, ocupações e actividades:Rei de PortugalMandatos/fontes de autoridade:Testamento de D. Afonso III (1271-12-09)Identificador(es) da instituição:PT/AMLRegras e/ou convenções:ISAAR (CPF) - Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias: adotada pelo Comité de Normas de Descrição, Camberra: Australia, 27-30 de outubro de 2003. Conselho Internacional de Arquivos.ODA - Orientações para a Descrição Arquivística: Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo. Lisboa: Direção Geral de Arquivos, 2011.NP 405-1:1994 - Informação e Documentação. Referências bibliográficas: documentos impressos: Comissão Técnica 7. Lisboa: Instituto Português da Qualidade, 1994.Línguas e escritas:PortuguêsFontes:D. Dinis in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico. [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. [Consultado em 2016-04-19]. Disponível em http://www.infopedia.pt/$d.-dinis MATOS, Artur Teodoro ; COSTA, João Paulo Oliveira e ; CARNEIRO, Roberto - Cronologia da monarquia portuguesa. [Lisboa]: Círculo de Leitores, 2012. ISBN 978-972-42-4823-3.Mosteiro de Alcobaça. [Em linha]. Alcobaça: Mosteiro de Alcobaça, [2016]. [Consultado em 2016-04-19]. Disponível em http://www.mosteiroalcobaca.pt/pt/index.php MOTA, António Brochado da - Testamentos régios: primeira dinastia: 1109-1383. [Em linha]. Lisboa: Universidade de Lisboa, 2011. Dissertação de mestrado. [Consultado em 2017-01-03]. Disponível em http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/67 PIZARRO, José Augusto de Sotto Mayor - D. Dinis. Mem Martins: Círculo de Leitores, D. L. 2005.