Plano de classificação

Tipo de entidade:Pessoa singularFernando I. 1345-1383, rei de PortugalOutras formas do nome:O FormosoO InconstanteO BeloO InconscienteData(s):1345-10-31 (nascimento)1367-1383 (reinado)1372 (casamento com Leonor Teles de Meneses)1372 (tratado de Tagilde)1373 (tratado de Westminster)1373 (nascimento da infanta D. Beatriz)1374-1376 (construção da muralha fernandina de Lisboa)1375 (promulgação da lei das sesmarias)1376 (D. Beatriz é declarada herdeira do trono)1383-10-22 (morte)História:D. Fernando I nasceu em Lisboa a 31 de outubro de 1345, filho de D. Pedro I e da rainha D. Constança Manuel, de Aragão. Os primeiros vinte anos da sua vida são pouco referidos na Crónica de D. Fernando, por Fernão Lopes. Órfão de mãe e filho de um pai ocupado, a sua educação foi confiada a Aires Gomes da Silva que, na opinião da historiadora Rita Costa Gomes, foi responsável pelos ensinamentos no " exercício de armas, pela aprendizagem das regras de conduta necessárias ao convívio da corte, da equitação e da caça, e bem assim das primeiras letras e da música. Em todos estes domínios de atividade física, intelectual e artística, o monarca se envolve com sucesso". Os seus cognomes conhecidos são o Formoso ou o Inconstante. Foi aclamado rei de Portugal a 18 de janeiro de 1367, com vinte e dois anos de idade. Em 1358, na sequência das negociações de paz com Castela, o infante D. Fernando foi prometido em casamento à filha mais velha do rei de Castela, D. Beatriz; em 1369, foi projetado um casamento com a filha do rei de Aragão, D. Leonor; em 1371, foi firmado com Henrique da Trastâmara um compromisso de casamento com a infanta castelhana D. Leonor. Nenhum deles se concretizará. Casou em Leça do Balio em janeiro de 1372 com D. Leonor Teles de Meneses, com quem terá três filhos, D. Pedro e D. Afonso, ambos morreram com tenra idade e D. Beatriz que nasceu em 1373. Reuniu cortes, em Coimbra, em 1369, em Lisboa em 1371, em Leiria em 1372, em Évora em 1374, novamente em Leiria em 1376, em Coimbra em 1378 e em Torres Noves em 1380. Em termos de política externa D. Fernando envolveu-se na Guerra Peninsular e na Guerra dos Cem Anos; contratualiza casamentos para servirem o propósito do estabelecimento de alianças com outros reinos; celebra tratados com a Inglaterra. A política interna caracterizou-se pela promoção de melhoramentos nas estruturas de defesa militar; promulgou legislação para o fomento da agricultura, apoiou o desenvolvimento da Marinha, impulsionou a Universidade. Os acontecimentos que ocorreram na Península Ibérica, levaram D. Fernando a abandonar a política de ingerência no conflito fratricida de Castela e optando pela neutralidade na Guerra dos Cem Anos. Verificado o assassinato do rei de Castela, D. Fernando reclama o trono para si e envolve-se no conflito sucessório. A sua atitude belicosa saiu derrotada, levando-o a assinar um tratado desfavorável para o reino português em 1371. Este acordo foi mediado pelo papa Gregório XI e celebrado pelos dois monarcas em Alcoutim. D. Fernando não cumpriu o acordado com Henrique de Trastâmara e alia-se a Inglaterra para apoiar o duque de Lencastre. Este último apresentava-se como pretendente ao trono castelhano, estabelecendo relações amistosas de colaboração entre Portugal e Inglaterra, assinadas entre D. Fernando e os representantes do duque, firmadas no tratado de Tagilde em julho de 1372.Estas relações serão confirmadas em Westminster a 16 de julho de 1373, pelo rei de Inglaterra. Henrique II toma conhecimento do ocorrido e invade Portugal, entrando em Lisboa em fevereiro de 1373. D. Fernando é novamente obrigado a assinar novo tratado de paz com Castela, desta vez mediado pelo cardeal Guido de Bolonha, em Santarém. Em pleno cisma do ocidente (1378-1417) o rei português apoia, ao lado de Inglaterra, o papa de Roma. Portugal e Inglaterra confirmam-no num tratado anglo-português, comprometendo-se a nação inglesa a auxiliar Portugal militarmente em caso de necessidade. Nesta sequência de acontecimentos, reiniciaram-se as hostilidades com Castela junto da fronteira alentejana, em 1381. A 7 de março do mesmo ano, a armada castelhana entra no Tejo e invade Lisboa, que resiste, ao defender-se na zona muralhada da cidade. Em 1382 é assinada a paz de Elvas, ficando acordado o casamento da herdeira do trono de Portugal, a infanta Beatriz, com o rei João I de Castela, celebrado em 1383. No mesmo ano, foi assinado o tratado de Salvaterra de Magos que, entre outras coisas, refere que um filho do casal sucederá no trono do reino de Portugal caso D. Fernando não venha a ter um filho varão. Na política interna implementou melhoramentos na defesa militar do reino, designadamente na reparação e construção de castelos, na construção de novas muralhas em redor de Lisboa e do Porto, na alteração do armamento de combate, na disponibilização de meios a todos os que têm obrigação de servir como cavaleiros, na determinação do arrolamento de mancebos, tendo em vista o aumento do número dos soldados de infantaria. Promoveu o desenvolvimento da agricultura promulgando a lei das Sesmarias, a 28 de Maio de 1375, com o objetivo de aumentar a produção agrícola, impedindo o pousio de terras que podiam ser perfeitamente cultivadas, fixando os trabalhadores agrícolas às funções rurais, permitindo igualmente combater o despovoamento. Apoiou o desenvolvimento da Marinha como forma de incentivar o comércio externo. Interessou-se pelo ensino ordenando a transferência da Universidade de Coimbra para a cidade de Lisboa. D. Fernando é o nono rei de Portugal, o último da primeira dinastia, governando entre 1367 e 1383, não deixou um filho varão para lhe suceder no trono. A sua herdeira está casada com o rei João I de Castela. Esta situação vai mergulhar o reino numa grande crise de sucessão dinástica. Morreu em Lisboa a 22 de outubro de 1383. Está sepultado no convento de São Francisco em Santarém. Posteriormente, em 1875, o seu monumento funerário foi transladado para o convento do Carmo, em Lisboa.Lugares:LisboaPortoLeiriaCoimbraSantarémElvasFunções, ocupações e actividades:Rei de PortugalMandatos/fontes de autoridade:Aclamado rei de Portugal (1367-01-18)Identificador(es) da instituição:PT/AMLRegras e/ou convenções:ISAAR (CPF) - Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias: adotada pelo Comité de Normas de Descrição, Camberra: Australia, 27-30 de outubro de 2003. Conselho Internacional de Arquivos.ODA - Orientações para a Descrição Arquivística: Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo. Lisboa: Direção Geral de Arquivos, 2011.NP 405-1:1994 - Informação e Documentação. Referências bibliográficas: documentos impressos: Comissão Técnica 7. Lisboa: Instituto Português da Qualidade, 1994.Línguas e escritas:PortuguêsFontes:AMARAL, Manuel - Reis, rainhas e presidentes de Portugal: D. Fernando I. 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