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Tipo de entidade:
Pessoa singular
Afonso IV. 1291-1357, rei de Portugal
Outras formas do nome:
O Bravo
Data(s):
1291-02-08 (nascimento)
1325-1357 (reinado)
1325 (aclamação do rei nas Cortes de Évora)
1309 (casamento com D. Beatriz de Castela)
1319 (guerra entre D. Dinis e D. Afonso)
1320 (nascimento de D. Pedro, herdeiro da coroa)
1331 (Cortes de Santarém)
1336 (início de guerra com Castela)
1336 (acordo de casamento de D. Pedro com D. Constança)
1339 (tratado de paz com Castela)
1340 (Cortes de Santarém)
1340 (batalha do Salado)
1345 (testamento do rei)
1345 (protesto de D. Afonso IV pela posse das ilhas Canárias)
1348 (Peste Negra em Portugal)
1352 (Cortes de Lisboa)
1355 (execução de Inês de Castro)
1355 (declaração de guerra de D. Pedro, contra o pai)
1356 (acordo de paz ente D. Pedro e D. Afonso IV)
1357-05-28 (morte)
História:
Afonso IV nasceu em Coimbra a 8 de fevereiro, de 1291. Filho do rei Dinis e de Isabel de Aragão, a Rainha Santa. Durante o reinado de seu pai o infante Afonso vai enfrentá-lo de forma bastante dura, acusando-o de preferir e de beneficiar um dos seus filhos bastardos, Afonso Sanches. O facto de Dinis levar a cabo uma política de centralização do poder régio e de procurar limitar o poder dos grandes senhores do reino fez com que uma parte dessa nobreza descontente se aliasse ao infante . O reino mergulhou numa guerra civil que durou vários anos de 1319 a 1324, quando o rei e o seu herdeiro fizeram as pazes. O último testamento do rei, de 31 de dezembro de 1324, quando já estava muito doente, refere essa mesma discórdia e as tréguas assinadas. Afonso casou em 1309 com Beatriz, filha de Sancho IV e de Maria de Molina, reis de Castela.. O casal teve 7 filhos dos quais só 3 chegaram à idade adulta, Maria que casou com Afonso XI de Castela, Pedro o futuro rei de Portugal e Leonor que vai unir-se a Pedro IV de Aragão. Subiu ao trono a 7 de janeiro de 1325, tinha 34 anos, era já um homem experiente. Convocou cortes para Évora, ainda nesse ano, obrigando os representantes da nobreza, do clero e do povo a reconhecerem-no como rei, prestando-lhe obediência. Tinha como principal preocupação travar os avanços e abusos da nobreza. Comunicou ainda a sua vontade de expulsar o seu meio irmão e de lhe confiscar todos os bens que este possuía no reino. Afonso Sanches reagiu e deu início a uma guerra com o rei, seu irmão. Atacou a região de Bragança e o Alto Alentejo. O rei retaliou e levou o seu exército aos domínios do irmão em Albuquerque, Castela. Afonso Sanches morreu em 1328 e está sepultado no Mosteiro de Santa Clara em Vila do Conde, por ele fundado. Internamente a ação legislativa foi intensa ao longo dos trinta e dois anos deste reinado. O Estudo Geral que estava em Coimbra foi transferido para Lisboa em 1338 e novamente para Coimbra em 1354. O número de juristas na corte aumentou bastante e com ele a organização e o aperfeiçoamento da administração do reino e a consolidação das instituições administrativas. Criou corpos de oficiais e reforçou competências de outros oficiais já existentes como foi o caso dos corregedores, criados no reinado anterior. Estes oficiais régios eram enviados para todas as regiões do país com a missão de inventariar e de resolver problemas e desordens. Desenvolveram-se também neste reinado as competências dos juízes de fora ou “juízes por el-rei” como eram chamados na época. Tinham como missão intervir na aplicação da justiça nos concelhos, de forma a que esta fosse mais célere e justa para as populações. Também legislou sobre questões sociais, como a forma de vestir, os tecidos que os vários grupos sociais poderiam usar, os gastos na alimentação.... Estas leis estão reunidas na Pragmática de 1340. Foram também criadas leis contra a usura e contra os jogos a dinheiro. Em 1336, iniciou-se um período de guerra entre Portugal e Castela. Afonso IV acusava o seu genro, Afonso XI, de infligir maus tratos e humilhações à rainha, Maria, filha do rei português. Este conflito terminou em 1339, com a celebração do acordo de paz de Sevilha, após esforços do papa e do rei de França nesse sentido já que o perigo muçulmano era iminente. A península Ibérica corria um sério perigo de ser novamente invadida pelos muçulmanos vindos do norte de África. O acordo entre os dois reinos cristãos culmina na batalha do Salado, a 30 de outubro de 1340, em que D. Afonso IV e os seus homens contribuíram de forma determinante para a vitória cristã. A grande bravura demonstrada pelo rei português no combate foi responsável pelo seu cognome, O Bravo. Esta batalha afastou de vez o perigo de invasão muçulmana da Península. Afonso IV revelou-se também um grande impulsionador da Marinha como já o tinha sido o seu pai. Sabendo da existência de ilhas no Atlântico e aproveitando a localização do país e a forte ligação ao mar, enviou uma expedição marítima com o objetivo de proteger a costa portuguesa de investidas muçulmanas e fomentar o comércio marítimo. As ilhas Canárias foram descobertas por portugueses dessas expedições, talvez em 1337. No reinado de Afonso IV verificaram-se períodos de escassez cerealífera, mais concretamente em 1343, pelo que a fome assolou o país. A peste negra em 1348-1349 fez elevar a mortalidade e a desordem social. A consequente falta de mão-de-obra e o abandono das terras aráveis levou o rei a tomar medidas duras , promulgando leis contra a mendicidade e a ociosidade. Um dos factos marcantes deste reinado foi a condenação à morte de Inês de Castro, devido à relação que mantinha, há vários anos, com o infante Pedro, herdeiro do trono. Inês de Castro era oriunda de uma importante família de origem galega e com enorme peso político em Castela. Esta circunstância contribuiu de forma determinante para a sua morte ocorrida a 7 de janeiro de 1355. O infante Pedro revoltou-se e declarou guerra ao rei. Foi novamente um período de guerra civil. Em 15 de agosto de 1356, já no final deste reinado, foi assinado um acordo de paz entre os dois. Afonso IV morreu a 28 de maio de 1357. Foi sepultado na Sé de Lisboa, na cidade de que ele gostava particularmente. Sucedeu-lhe o seu filho Pedro I.
Lugares:
Coimbra
Lisboa
Évora
Sevilha
Funções, ocupações e actividades:
Rei de Portugal
Identificador(es) da instituição:
PT/AML
Regras e/ou convenções:
ISAAR (CPF) - Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias: adotada pelo Comité de Normas de Descrição, Camberra: Australia, 27-30 de outubro de 2003. Conselho Internacional de Arquivos.
ODA - Orientações para a Descrição Arquivística: Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo. Lisboa: Direção Geral de Arquivos, 2011.
NP 405-1:1994 - Informação e Documentação. Referências bibliográficas: documentos impressos: Comissão Técnica 7. Lisboa: Instituto Português da Qualidade, 1994.
Línguas e escritas:
Português
Fontes:
D. Afonso IV in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico. [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. [Consultado em 2016-04-20]. Disponível em http://www.infopedia.pt/$d.-afonso-iv
MATOS, Artur Teodoro ; COSTA, João Paulo Oliveira e ; CARNEIRO, Roberto - Cronologia da monarquia portuguesa. [Lisboa]: Círculo de Leitores, 2012. ISBN 978-972-42-4823-3.
MOTA, António Brochado da - Testamentos régios: primeira dinastia: 1109-1383. [Em linha]. Lisboa: Universidade de Lisboa, 2011. Dissertação de mestrado. [Consultado em 2017-01-03]. Disponível em < http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/67 >
Serrão, Joel, dir. - Dicionário de História de Portugal. Lisboa: Iniciativas Editoriais, 1963. Vol. I, pp. 41-42.
SOUSA, Bernardo Vasconcelos e - D. Afonso IV. Mem Martins: Círculo de Leitores, D. L. 2005. ISBN 972-42-3515-7.
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