Plano de classificação

Tipo de entidade:Pessoa singularChaves, Francisco Afonso. 1857-1926, militar e naturalistaOutras formas do nome:Francisco Afonso da Costa Chaves e MeloFrancisco Afonso Chaves e MeloCoronel Afonso ChavesHistória:Francisco Afonso Chaves nasceu em Lisboa, na freguesia do Sacramento, a 24 de janeiro de 1857 e faleceu em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, a 23 de julho de 1926. Ainda jovem foi com a sua família para Ponta Delgada e é nessa cidade onde frequentou o liceu. Em Lisboa esteve inscrito nas disciplinas de Física, Matemática e Desenho, na Escola Politécnica de Lisboa, não concluindo por razões de saúde. Ingressou no curso de infantaria da Escola do Exército de Lisboa em 1875, concluindo o curso de Infantaria a 26 de dezembro de 1877. Seguiu a carreira militar, tendo sido promovido sucessivamente a alferes (1877), tenente (1884), capitão (1890), major (1902), tenente-coronel (1907) e coronel (1911). Regressou a Ponta Delgada em 1879 e exerceu em várias unidades militares, entre elas o Regimento de Infantaria 26, que chegou a comandar. Em paralelo à sua vida militar, lecionou Física, Química e História Natural entre 1885 e 1888, no Liceu de Ponta Delgada. Foi um naturalista que dedicou a maior parte da sua vida ao estudo da meteorologia e da física da Terra. Em colaboração com outros cientistas da época, contribuiu para o estudo da fauna, flora e etnografia açorianas. A ele se deve o projeto de criação de um Serviço Meteorológico Internacional dos Açores, que deu origem ao Serviço Meteorológico dos Açores (1901-1946), à criação da rede de observatórios daquele arquipélago e ao projeto de instalar um observatório no topo da montanha do Pico. Nos Açores, deu início à cooperação meteorológica internacional para o estudo dos fenómenos atmosféricos do Atlântico Norte, relevante para a previsão do estado do tempo no continente europeu. Aquando da visita do príncipe Alberto I do Mónaco aos Açores em 1887, Afonso Chaves foi um dos principais interlocutores locais para a expedição científica do monarca, continuando a partir daí a colaborar regularmente com este. Somente em 1893, quando foi inaugurada a ligação telegráfica por cabo submarino entre Ponta Delgada e Cascais, é que foi possível a transmissão de dados meteorológicos e desenvolver o projeto do centro internacional de meteorologia nos Açores. O posto Meteorológico de Ponta Delgada foi então reativado, com a nomeação de Afonso Chaves para diretor. Entre 1895 e 1898, fundou os observatórios de Santa Cruz das Flores, da Horta, e as estações climatológicas das Bandeiras e da Candelária, na ilha do Pico. Para promover o projeto do centro internacional, realizou uma série de visitas durante seis meses (1898-1899) aos observatórios de Madrid, Hamburgo, Christiania, Kiel, Berlim, Leipzig e Londres. Em Paris e arredores, fez um estágio no Bureau Central Météorologique, e no Observatório de Saint-Maur-des-Fossés. Foi o primeiro diretor do Serviço Meteorológico dos Açores, criado em 1901. Nas áreas do geomagnetismo e da sismologia, foi o promotor do Observatório Magnético de São Miguel (hoje, com o seu nome), da instalação da primeira estação sismográfica existente em território português, em 1902, localizada em Ponta Delgada, do Observatório Magnético e Sismológico da Fajã de Cima, em 1911. O primeiro de cerca de 40 trabalhos publicados foi escrito aos 28 anos de idade, para a revista francesa L’Astronomie em 1885, no qual expôs os resultados das observações feitas no observatório que instalara no quintal da sua residência, antigo Foral do Botelho, em Ponta Delgada. Em 1892 foi eleito membro do Comité Meteorológico Internacional (entidade precursora da Organização Meteorológica Mundial) e, ao longo da sua vida, integrou diversas comissões e associações internacionais, entre as quais a Comissão Internacional para a Exploração Científica do Oceano Atlântico, e a Associação Meteorológica Internacional. Em sua homenagem, foi dado o seu nome a várias espécies e géneros de crustáceos e peixes e foi criada, em 1932, a Sociedade de Estudos Açorianos Afonso Chaves, dedicada aos estudos nas áreas da Meteorologia, Geologia, Botânica, Zoologia, História, Etnografia e Artes Plásticas. O Príncipe do Mónaco integrou-o, por disposição testamentária, na administração do Museu Oceanográfico do Mónaco e na comissão administrativa para a manutenção das Instituições Oceanográficas do Príncipe de Mónaco. O seu espólio fotográfico constituído por cerca de 7 mil imagens, a maioria estereoscópicas, foram entregues pela família ao Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, no início da década de 1960. Incluem imagens de registo científico e das suas viagens, entre 1901 e 1926, a locais como Paris, Londres, Escócia, Marraquexe, Zanzibar, Cidade do Cabo, e outros destinos.Lugares:Ponta DelgadaLisboaParisLondresEscóciaMarraquexeZanzibarCidade do CaboMónacoMadridHamburgoChristianiaKielBerlimLeipzigIdentificador(es) da instituição:PT/AMLSBRegras e/ou convenções:ISAAR (CPF) - Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias: adotada pelo Comité de Normas de Descrição, Camberra: Australia, 27-30 de outubro de 2003. Conselho Internacional de Arquivos.ODA - Orientações para a Descrição Arquivística: Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo. Lisboa: Direção Geral de Arquivos, 2011.Línguas e escritas:PortuguêsFontes:CHAVES, Francisco Afonso - A imagem paradoxal. Coord. cient. Victor dos Reis, Emília Tavares; textos Conceição Tavares... [et al.]; trad. Pedro Arrabaça; fot. Ana Isabel Amado... [et al.] . [S.l. : s.n.], 2017.