Plano de classificação

Jardim do Campo Grande, LisboaData(s):1946-[1963]Nível de descrição:SérieDimensão e suporte:Dimensão: 8 pastas: 6 documentosSuporte: CartãoSuporte: PapelSuporte: Prova em papel de revelação baritado ou sem barita com viragem ( sépia, selénio)Suporte: VegetalÂmbito e conteúdo:Documentação produzida e acumulada entre 1946 e o início da década de 1960, no âmbito do projeto do jardim do Campo Grande. Com referências documentais a este espaço desde o século XVI, a arborização do Campo Grande ocorreu no início do século XIX, segundo o projeto de D. Rodrigo de Sousa Coutinho, conde de Linhares e, alguns anos depois, em 1816, realizaram-se as primeiras corridas de cavalos. Em 1863, este espaço encontrava-se integralmente murado, possuindo seis grandes portas de ferro. Entre os espaços edificados até ao final do século XIX destaca-se, em 1869, o início da construção do lago principal, nascendo a tradição, que ainda hoje perdura, dos passeios em barcos a remos. No começo da década de 1940, o jardim do Campo Grande encontrava-se bastante degradado, situação agravada pelo ciclone que o atingiu, com prejuízo evidente do arvoredo existente, reforçando a necessidade da sua remodelação. Foi neste contexto que Francisco Keil do Amaral, arquiteto urbanista na Direção de Serviços de Urbanização e Obras da Câmara Municipal de Lisboa, desenvolveu, entre 1945 e 1948, com a colaboração dos arquitetos Alberto José Pessoa e Hernâni Gandra, as obras de recuperação e ampliação do jardim do Campo Grande, em simultâneo com a sua dotação de espaços e equipamentos, como o lago com o botequim, o restaurante Alvalade ou os dois campos de ténis e o rinque de patinagem. Até ao final dos anos 50 foram apresentados diversos projetos para a construção de um parque infantil, sucedendo-se a colocação de obras de arte, nomeadamente: dois potros, executados em 1946 pelo escultor António Rocha Correia, situados no início das escadas da ponte que permite aceder à ilha do lago; uma escultura de Canto da Maia, de 1949, que representa uma figura feminina de corpo inteiro, no muro de suporte da referida ilha; as esculturas de D. Afonso Henriques e de D. João I, no topo norte, executadas em 1950, por Leopoldino de Almeida; e os bustos da cantora lírica Luísa Todi (1753-1833) e do ator dramático António Pedro (1834-1889), em 1957 e 1959, da autoria de Joaquim Martins Correia e Costa Mota (sobrinho), no extremo sul. Em 1964 foi inaugurada a piscina infantil, cujo projeto foi desenvolvido por Keil do Amaral. A 25 de abril de 2018, o jardim do Campo Grande foi rebatizado jardim Mário Soares (1924-2017), no âmbito da sua requalificação, evocando a memória deste político. No presente, este jardim ocupa uma área de 13,38 hectares, com 1200 metros de comprimento e 200 metros de largura. A documentação contém plantas, alçados, cortes, perfis, pormenores, perspetivas e gráficos do projeto de arranjo do jardim do Campo Grande, nomeadamente: o restaurante Alvalade; o botequim da ilha; a piscina infantil; as instalações para ténis e patinagem; equipamentos de apoio, como o recinto da biblioteca, o edifício das casas de banho, o pavilhão-tipo para venda de flores, a barraca para aluguer de bicicletas, a casa do pessoal e da ferramenta, e o posto de transformação; mobiliário urbano, como bancos, bebedouros e cestos. Apresenta, ainda, correspondência e fotografias de alguns destes equipamentos, entre outros documentos.Sistema de organização:GeográficoTipológicoCondições de acesso:Documentos microfilmados e/ou digitalizados, sendo o acesso concedido por meio desse(s) suporte(s).Condições de reprodução:Reprodução para exposição, publicação e utilização comercial mediante autorização do Arquivo Municipal de Lisboa.Existência e localização de cópias:Documentação reproduzida no Arquivo Municipal de Lisboa em suporte digital.Unidades de descrição relacionadas:Cód. referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/GOMU/007Título: Projetos de espaços verdesCód. referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/PURB/002Título: Estudos e projetos urbanísticosNota de publicação:TOSTÕES, Ana - Campo Grande, o jardim do Campo Grande. In AMARAL, Francisco Pires Keil do; MOITA, Irisalva; TOSTÕES, Ana - Keil do Amaral: o arquitecto e o humanista. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1999, p. 232-239.TOSTÕES, Ana - Francisco Keil do Amaral. Vila do Conde: Verso da História, 2013, p. 54-59.TOSTÕES, Ana - Keil. Arquiteto dos jardins e parques de Lisboa. A história de um trabalhador humanista. In AMARAL, Francisco Pires Keil do; MOITA, Irisalva; TOSTÕES, Ana - Keil do Amaral: o arquitecto e o humanista. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1999, p. 88-90.TOSTÕES, Ana - Monsanto, Parque Eduardo VII, Campo Grande: Keil do Amaral, arquitecto dos espaços verdes de Lisboa. Lisboa: Salamandra, 1992, p. 80-113.Arquivo:AHCódigo de referência:PT/AMLSB/FKA/03