Plano de classificação

Tipo de entidade:Pessoa singularSegurado, Jorge de Almeida. 1898-1990, arquitetoOutras formas do nome:Jorge SeguradoData(s):1898-10-15 (nascimento)1924 (licenciatura em Arquitetura pela EBAL)1930 (participação no I Salão dos Independentes, SNBA)1931 (visita à Exposição Colonial Internacional, em Paris)1931 (viagem à Alemanha, à Holanda e a França)1941-03-04 (condecoração como oficial da ordem militar de Sant`Iago da Espada, do Mérito CientÍfico, Literário e Artístico)1948-06-16 (comendador da ordem militar de Nosso Senhor Jesus Cristo)1947 (prémio Valmor, pelo edifício sito na rua São Francico Xavier, nº 8, Ajuda) 1990-11-09 (falecimento)História:Filho do engenheiro João Emílio Segurado, irmão de José de Almeida Segurado, e pai dos também arquitetos José Maria e João Carlos Segurado, nasceu em Lisboa, a 15 de outubro de 1898. Frequentou o liceu Pedro Nunes e, em 1913, inscreveu-se no curso preparatório da Escola de Belas-Artes de Lisboa. Entre 1918 e 1924, frequentou o curso Especial de Arquitetura. A sua formação nas Belas Artes foi marcada pelo academismo neoclássico de José Luís Monteiro, de quem foi discípulo. Ainda antes de terminar o curso, trabalhou no atelier de Tertuliano de Lacerda Marques e com Porfírio Pardal Monteiro. Também discípulo de Raul Lino, começou com o estilo Art Déco e evoluiu para a primeira linguagem modernista da arquitetura portuguesa. Entrou em contato direto com a arquitetura de Walter Gropius, na Alemanha, de Willem M. Dudok, na Holanda, e marcou presença na Exposição Internacional Colonial, em Paris (1931). Foi um dos pioneiros do modernismo na arquitetura portuguesa e pertenceu ao Grupo dos Cinco, onde também se incluem Carlos Ramos, Cassiano Branco, Cristino da Silva e Pardal Monteiro. Trabalhou como arquiteto no Ministério das Obras Públicas. Foi inscrito na Câmara Municipal de Lisboa com o n.º 20. Obteve medalhas em várias exposições e venceu diversos concursos. Fez o plano da Grande Exposição Industrial Portuguesa. Das suas obras arquitetónicas mais representativas destacam-se a capela de São Gabriel, em Vendas Novas, a Casa da Moeda e o liceu Dona Filipa de Lencastre, em Lisboa, que garantem um lugar de destaque na história da arquitetura portuguesa. Salientou-se também no desenho e na escultura. No final da década de 30 do século XX, a obra de Jorge Segurado acompanhou o estilo oficial do Estado Novo, o Português Suave (neo-conservador e tradicionalista). Até 1940, manteve uma forte ligação à linguagem moderna, valorizando a estrutura volumétrica dos edifícios em função dos espaços internos e da envolvente urbana (o liceu D. Filipa de Lencastre e os pavilhões de Portugal em Nova Iorque e São Francisco, em 1939). Nas décadas de 1940 e 1950, a sua obra varia entre as opções mais modernistas e as de pendor mais tradicional (os postos de abastecimento de combustíveis, da SACOR). Procura compatibilizar os valores formais, em projetos como a Estação Agronómica Nacional (1963) e a Fábrica de Fogões Portugal, em Oeiras, e ainda a pousada de Sagres (1960). O conjunto dos Blocos Amarelos, na avenida do Brasil (1958), é uma obra do período final, marcadamente moderna, onde é claro o desejo de aproximação às propostas da Carta de Atenas e do urbanisno internacional. Esta obra foi realizada com o seu filho João Carlos Segurado. Dedicou-se também ao estudo de temas de teoria e história de arte e da arquitetura portuguesa e é autor de um conjunto de livros técnicos sobre construção. Foi autor de obras literárias e artísticas (veja-se o livro "Sinfonia do Degrau",1940), tendo realizado uma exposição de desenho de teor surrealista e de pintura, na Galeria Diário de Notícias, em Lisboa (1983). Foi também investigador em temas ligados à história, à arte e à arquitetura portuguesa, podendo citar-se, como exemplo, os livros de Francisco de Hollanda (1970) e de Mário Eloy (1982). Das obras construídas destacam-se: o mercado de Moura (1926-1931); a caixa de previdência da Companhia Carris, na avenida 24 de Julho, nº58 (1926), traçado sobre construção de 1879; o liceu nacional Dr. Júlio Henriques (atual Escola Secundária José Falcão), em Coimbra, realizado com Carlos Ramos e Adelino Nunes (1930-1936); o café Central, em Ponta Delgada; a ourivesaria A. Frazão, em Ponta Delgada; a alfaiataria Marques & C.ª, localizada na rua Garrett, nºs. 66-68, em Lisboa (1930); a loja Carrasco, na rua Nova do Almada, nº 83, em Lisboa (1931); o liceu D. Filipa de Lencastre (1932-1938), no bairro do Arco do Cego, realizado com António Varela; a Exposição Industrial Portuguesa, no alto do parque Eduardo VII, em Lisboa (1932); a loja do jornal "O Século", na Praça D. Pedro IV, nº 23 (1932); a série de lojas modernistas, em Lisboa (fachadas em chapa de alumínio lisa e polida, encimadas com letterig Art Déco); a galeria UP, realizada com António Pedro, na rua Serpa Pinto, nºs. 28-30, em Lisboa (1933); a grande exposição do Hotel Modelo, itinerante, em vagão de comboio (1933); a farmácia Azevedo & Filhos, na praça D. Pedro IV, nºs. 31-33, Lisboa (1933-1937); a Casa da Moeda, com a colaboração de Artur Varela, no Arco do Cego (1933-1941); o estudo de conjunto para a Cidade Universitária, no Campo Grande (1934); os projetos da área assistencial, nomeadamente, os hospitais das misericórdias de Povoação e de Velas, nos Açores, e o Lar dos Pobres nas Caldas da Rainha (1935-1941); o colégio de Santa Doroteia, na quinta das Calvanas, à alameda das Linhas de Torres (1935-1957); o Estádio de Lisboa, no vale do Jamor (1936-1938) e a casa/clínica do naturista, Dr. Indiveri Collucci, na rua de Lino D`Assunção, em Paço de Arcos (1936-1937). Dirigiu oficialmente a obra do Pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de 1937 (projeto de Keil do Amaral); os pavilhões de Portugal nas exposições internacionais de Nova Iorque e São Francisco (1939); o núcleo das Aldeias Portuguesas da Exposição do Mundo Português (1940); a casa portuguesa de Reynaldo dos Santos, na avenida António Augusto Aguiar, nº142 (1941); a casa portuguesa de Terra Viana, na avenida António José de Almeida (1943); a estação da fronteira do Caia (1943); o prédio na rua Visconde Corriscada, no centro da Covilhã (1943); os estúdios da Tóbis Portuguesa, na alameda das Linhas de Torres, nº 144, Lisboa (1944); o átrio interior do Solar do Vinho do Porto, na rua São Pedro de Alcântara, nº45 (1944); a adaptação do edifício Museu de Arte Popular (a partir do pavilhão de Etnografia de 1940), por Veloso Reis Camelo (1944-1947); a Casa da Suíça na avenida da Liberdade, nº 158, com Max Kopp e Hunaiger (1945); a estalagem de Viriato, na quinta de Vila Meã, em Viseu (1946); o conjunto urbano na avenida João XXI, nºs. 3 a 19 e 4 a 22, de Filipe Nobre de Figueiredo, Joaquim Ferreira, Guilherme Gomes e também José Segurado (1946-1950); a casa própria na encosta da Ajuda, rua São Francisco Xavier, nº 8, em Lisboa (prémio Valmor em 1947); a remodelação do Hotel de Santa Luzia, para o qual concebeu o mobiliário e no qual incorporou uma tapeçaria de Almada Negreiros (1947-1956); os pavilhões para a exposição do Ministério das Obras Públicas, no Instituto Superior Técnico (1948); os edifícios de ampliação, com António Varela, de instalações na Faculdade de Ciências, na rua da Escola Politécnica, de desenho modernista (1950); os cerca de 50 postos de abastecimento da SACOR (1940-1950), por todo o país; a capela de São Gabriel, em Vendas Novas, que incorpora um vitral de Almada Negreiros (1951); a moradia do editor Valentim de Carvalho, na rua de Alcolena, nº 25 (1952); o conjunto urbano do cruzamento entre a avenida dos Estados Unidos da América e a avenida de Roma, bloco do Vává, projetado com Filipe Nobre de Figueiredo e Sérgio Gomes (e também com José Segurado), entre 1952 e 1958; a agência da Caixa Geral de Depósitos, nas Caldas da Rainha, de discreta feição neotradicional (1952); o edifício da Estação Agrária de Tavira (1953-1960); a pousada do infante D. Henrique, Sagres (1960); os edifícios da Estação Agronómica Nacional, Oeiras (1963-1967). "A Arquitetura Moderna destaca-se por sua simplicidade e inovação, procurando criar espaços únicos e visionários. (...)" (1) "A arquitectura Moderna em Portugal nasceu na Brasileira do Chiado e no meu atelier." (2) Lugares:LisboaFunções, ocupações e actividades:ArquitetoPintorMandatos/fontes de autoridade: Regras e/ou convenções:ISAAR (CPF) - Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias: adotada pelo Comité de Normas de Descrição, Camberra: Australia, 27-30 de outubro de 2003. Conselho Internacional de Arquivos.ODA - Orientações para a Descrição Arquivística: Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo. Lisboa: Direção Geral de Arquivos, 2011.NP 405-1:1994 - Informação e Documentação. Referências bibliográficas: documentos impressos: Comissão Técnica 7. Lisboa: Instituto Português da Qualidade, 1994.Línguas e escritas:PortuguêsFontes:(1) A Arquitetura Moderna em Portugal no Século XX. [Em linha]. EssenciaViva. [Consult. 2024-06-07]. Disponível na Internet: https://essenciaviva.pr/portugal/arquitetura-moderna-em-portugal-no-século-xx(2) BARBEDO, Rute - Os prédios Montepio que trouxeram modernismo à Lisboa salazarenta. [Em linha]. Montepio - Associação Mutualismo, 2022-09. [Consult. 2024-05-06]. Disponível na Internet: https://www.montepio.org/vantagens-montepio/publicacoes/revista-montepio-digital/edicao-4/os-predios-montepio-que-trouxeram-modernismo-a-lisboa-salazarenta/ELIAS, Margarida - A Arte em Portugal: Jorge Segurado (1898-1990). [Em linha]. Lisboa, 2015-01-16. [Consult. 2024-05-28]. Disponível na Internet:: https://aarteemportugal.blogsspot.com/2015/01/jorge-segurado-1898-1990.html FERNANDES, José Manuel - Três Modernistas. A Arquitetura do Modernismo em Portugal: Uma síntese e alguns autores. [Em linha]. 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