Plano de classificação

original:Histórias de um amorData(s):2017Nível de descrição:Documento simples - VídeoDimensão e suporte:Suporte: Ficheiro digitalFormato: MOVDuração:25minEntidade(s) produtora(s):Arquivo Municipal de Lisboa - VideotecaPaís(es) de produção:PortugalAtor(es):Sofia DingerHistória custodial e arquivística:No âmbito da 2ª edição da TRAÇA - Mostra de Filmes de Arquivos Familiares, foram convidados seis artistas das artes performativas para criarem seis peças a partir da coleção de filmes de família do Arquivo Municipal de Lisboa/VIDEOTECA. Estas peças foram apresentadas em vários locais do bairro da Madragoa nos dias 13, 14 e 15 de outubro de 2017 e o acontecimento filmado pela equipa do AML/VIDEOTECA.Fonte imediata de aquisição ou transferência: Sinopse:"Acabas agora de fazer oitenta e dois anos. És ainda bela, graciosa e desejável. Faz cinquenta e oito anos que vivemos juntos e amo-te mais do que nunca. Recentemente reenamorei-me de ti uma vez mais e trago de novo em mim um vazio devorador que só o teu corpo apertado contra o meu apazigua. À noite vejo por vezes a silhueta de um homem que segue um carro funerário, numa estrada vazia e numa paisagem deserta. Esse homem sou eu. O enterro é o teu. Não quero assistir à tua cremação; não quero receber um frasco com as tuas cinzas. Ouço a voz de Kathleen Ferrier que canta: Die Welt ist leer; Ich will nicht leben mehr. E acordo. Vigio a tua respiração, a minha mão aflora-te. Cada um de nós gostaria de não sobreviver à morte do outro. Muitas vezes dissemos um ao outro que, no caso impossível de termos uma segunda vida, quereríamos passá-la juntos.” Assim terminou André Gorz a sua carta a D. Leio-a junto a um rio de corrente verde, peixes que se multiplicam e aragem quente a passar entre os dedos dos pés. Entro no rio, os peixes picam. Vêm-me aos olhos imagens emprestadas, narrativas intransmissíveis, um pequeno pássaro que quase parte um ramo de árvore. E alguns aviões sincronizados. Vêm-me aos olhos a tua morte e a minha, vêm-me aos olhos como será ver-nos de fora, hoje a água está mais clara e o fundo próximo talvez ajude qualquer coisa a brilhar. Vigio a minha respiração. Não há outra mão nem qualquer flor. Projeto-me no “daqui a muitos anos”: como saberei, então, falar desta tarde, deste rio? O que sobreviverá desta carta em mim? Como não perder nunca esta aragem quente, o gancho do cabelo solta-se, esta vida apenas? Como acabar de fazer oitenta e dois anos? E as silhuetas dos homens? A tua morte? A tua morte? Lembro-me de outra frase da carta que acabo de ler: “Para ti, que dando-me Tu, deste-me Eu.” Não sei se entendo. Mas acho tão bonito. Quero sabê-la de cor, não esquecer nunca. Repeti-la-ei até ao sol se pôr. E, então, vem-me aos olhos o rosto comprido de uma grande amiga, tão terno, dizendo: “Partiu-se tudo, mas revelou-se um coração”. E eu nunca hei-de receber um frasco com as tuas cinzas." Esta peça foi criada pela Sofia Dinger a partir da coleção particular de Luisa Ramos Crick que integra 63 bobines nos formatos 8mm e super 8mm, fazendo parte do acervo da AML/Vdeoteca. Género:RegistoIdioma:PortuguêsCor:CorÁudio:Surround 7.1Classificação etária:Para maiores de 3 anosCondições de reprodução:Reprodução para exposição, publicação e utilização comercial mediante autorização do Arquivo Municipal de Lisboa.Cota(s):PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/010/000292Existência e localização de cópias:Disco021/ProgramaçãoArquivo:AVCódigo de referência:PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/010/000292