Plano de classificação

Tipo de entidade:Pessoa singularSilva, José Henriques e. 1919-1983, fotógrafoHistória:José Henriques e Silva nasceu em Lisboa em 1919. Formou-se em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em 1947. Chegou a Moçambique em 1956 e trabalhou na Lusodana (empresa responsável pela construção da 1ª fase do Porto de Nacala). Para além da sua atividade profissional fotografou a vida quotidiana da população, sobretudo, as comunidades de pescadores Macua da baía de Fernão Veloso. A partir da 2ª metade dos anos sessenta, trabalhou como engenheiro civil na Base da Força Aérea portuguesa em Nacala e fixou a sua residência na costa oriental da baía de Fernão Veloso, onde uma placa à entrada da propriedade anunciava: "Regulado Independente Palhota Pai Silva". De 1974 a 1979, desempenhou na Província de Nampula, a sua atividade de engenharia civil para o Governo da República Popular de Moçambique. 1980-1981, passagem breve por Portugal. Regressa a Moçambique a convite do Governo daquele país e trabalhou na reorganização do serviço de estradas da Província de Nampula. Posteriormente foi colocado definitivamente em Nacala como delegado do Ministério das Obras Públicas. Reencontrou a fotografia e os pescadores de Naharenque. Regressou a Lisboa em 1893, atingido de doença grave e morreu a 6 de Abril do mesmo ano. Em 1974 José Henriques envia os seus negativos para Portugal. Ao chegar a Lisboa em 1979 confia o tratamento de cerca de cinco mil negativos a Joana Pereira Leite. Em Novembro do mesmo ano, dá entrada na Secretaria de Estado da Cultura um projeto que visa a ordenação e divulgação desta documentação fotográfica, que é indeferido, alegando a inexistência de verbas no Instituto Português do Património Cultural. Em Agosto de 1981, um novo pedido de financiamento de 80 mil escudos, é apresentado ao Instituto Português do Património Cultural. Não é recebida qualquer resposta. Em Janeiro de 1982, após dois anos passados em Portugal o Engenheiro Silva regressa a Moçambique e volta a Lisboa em inícios de 1983. Pela última vez transmite as suas impressões acerca do trabalho realizado. Com efeito, para além das inúmeras notas informativas sobre os pescadores de Naharenque, que havia feito chegar a Joana Pereira Leite, durante a sua breve estada de 12 meses no norte de Moçambique, entrega-lhe ainda os negativos das suas últimas fotografias de Nacala. Em Outubro de 1983, seis meses após a sua morte, quarenta e seis imagens dos "Pescadores Macua da baía de Nacala: 1957-73", são expostas, em Lisboa, no AR.CO. Esta iniciativa beneficiou da colaboração de António Pedro Ferreira, na seleção e impressão das fotografias e de José Luís Madeira, no apoio técnico e logístico à montagem da exposição. Nenhuma ajuda financeira foi concedida à realização desta exposição. 1984, o mesmo trabalho é apresentado na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Em Dezembro do mesmo ano, em Paris, as imagens são expostas na École des Hautes Études en Sciences Sociales, graças ao patrocínio do Centre d'Études Africaines. 1991, esta coleção é oferecida ao Arquivo Histórico de Moçambique. Mantém-se a promessa de mostrar as fotografias aos pescadores de Naharenque. 1993, em Lisboa, dez fotografias integram a exposição Moçambicanto, realizada na primeira quinzena de Setembro, no "Costa do Castelo". 1994, Michel Waldmann, selecionou e imprimiu para o Arquivo Histórico de Moçambique um conjunto de 150 imagens que integram esta recolha fotográfica.Regras e/ou convenções:ISAAR(CPF)Fontes:Livro, "Pescadores Macua",1998