Plano de classificação

Tipo de entidade:Pessoa singularMonteiro, Porfírio Pardal. 1897-1957, arquitetoData(s):1897-02-16 - 1957-12-16História:Porfirio Pardal Monteiro nasceu em Montelavar, Pêro Pinheiro, Sintra, a 16 de Fevereiro de 1897, e faleceu em Lisboa a 16 de Dezembro de 1957. Importante arquiteto da primeira metade do século XX, uma personalidade forte que marcou a trajectória estética citadina com as suas diversas obras públicas ao serviço do Estado Novo, bem como de obras dirigidas a particulares como hotéis e moradias. Oriundo de uma família de canteiros da região de Pêro Pinheiro, zona de cantarias e de mármores abundantes, contactou com este meio desde muito cedo e a amizade do pai, Pedro Manuel Pardal Monteiro, com Ventura Terra, também este arquiteto e vereador da Câmara Municipal de Lisboa, ambos republicanos convictos, indicou-lhe o caminho para o início do seu percurso profissional, recebendo algumas influências e a prática na arte de fazer arquitectura. Estudou arquitectura na Escola de Belas Artes de Lisboa e foi aluno do arquiteto José Luís Monteiro, também este descendente de canteiros da zona de Pêro Pinheiro. Concluiu o curso em 1919, ano do falecimento de Ventura Terra e tornou-se no arquiteto chefe da Caixa Geral de Depósitos, instituição para a qual vai trabalhar durante dez anos, executando os seus primeiros projectos: os edifícios da Caixa Geral de Depósitos de Setúbal em 1924 e do Porto em 1930. Ainda em 1920, acumulou este trabalho com o de assistente no Instituto Superior Técnico, tornando-se professor catedrático na década de 40. Aqui conheceu o engenheiro Duarte Pacheco o importante engenheiro das Obras Públicas do país, com quem haveria de colaborar nas obras do futuro edifício do Instituto, concluído em 1936. Por esta altura tinha já sido autor das importantes obras para a cidade: a estação do Cais do Sodré em 1928, o Seminário dos Olivais em 1931, o Instituto Nacional de Estatística em 1935 e a igreja de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, inaugurada em 1938, uma igreja "moderna e bela" como pretendia fazer e lhe chamou. Projectou o edifício do jornal Diário de Notícias em 1940, prémio Valmor, junto à praça Marquês de Pombal, com a sua imponente torre, característica aliás sua preferida, uma espécie de assinatura pessoal nas obras que executa. Na década de 40 inicia a sua colaboração na Câmara Municipal de Lisboa, na Repartição de Urbanização e Expropriações, inserido na época da política de expropriaçãoes levadas a cabo pelo então ministro Duarte Pacheco, que controlava as novas áreas residenciais da cidade. Neste sentido Pardal Monteiro vai executar os projectos para os prédios de rendimento nas zonas da Alameda D. Afonso Henriques e do parque Eduardo VII, em dois quarteirões na avenida António Augusto Aguiar, num dos edifícios da avenida Sidónio Pais receberá o Prémio Municipal em 1947, pelo valor e pelo modelo arquitectónico proposto para um edifício na cidade. Dos seus últimos projectos arquitectónicos salienta-se o Laboratório Nacional de Engenharia Civil concluído em 1952, a faculdade de Letras, de Direito e a Reitoria da Universidade de Lisboa, obra iniciada em 1957 e só concluída em 1961, que obedecia a um programa para modernizar o parque universitário da cidade e que não existia ainda. Para esse fim o arquiteto encetou um conjunto de viagens ao estrangeiro para se inteirar das novidades e projectar este espaço tão próprio e peculiar. Finalmente a sua última obra foi a do hotel Ritz, um hotel de luxo que faltava em Lisboa e que se traduz na monumentalidade e na modernidade que Pardal Monteiro, o pioneiro, conseguiu impôr na arquitectura portuguesa. Esta obra também não foi concluída em vida, dado que o arquiteto morreria se forma subita em finais de 1957, e o hotel só foi inaugurado com a pompa necessária, contando com a presença da aristocracia da época, em 25 de Novembro de 1959.Lugares:Lisboa (Portugal)Funções, ocupações e actividades:ArquitetoExerceu funções na 1ª Repartição de Urbanização e Expropriações da direção dos Serviços de Urbanização e Obras da Câmara Municipal de LisboaMembro do Conselho de Estética CitadinaMembro da Comissão Municipal de Arte e ArqueologiaProfessor no Instituto Superior TécnicoProfessor interino da Escola de Belas Artes de LisboaSecretário do Conselho diretor da Sociedade dos arquitetos Portugueses (1919-1922)Presidente do Conselho diretor do Sindicato Nacional dos arquitetos (1936-1944)Presidente da Mesa da Assembleia Geral do S.N.A. (1945, 1948, 1951)Membro fundador das R.I.A.S, (Reunions Internationales d'Architectes)Membro do Conselho Superior de Belas Artes e Arqueologiaarquiteto consultor da Comissão Administrativa das Obras do Novo Estádio de LisboaVogal do Conselho Superior de Belas ArtesVogal do Conselho Superior das Obras PúblicasVogal da Academia Nacional de Belas Artes (1943)Vogal da 1ª Sub-secção da 6ª Secção da Junta Nacional de Educação (1937)Vogal da Comissão Internacional da Union Internationale des ArchitectesEntrada de autoridade relacionada:Nome: Câmara Municipal de Lisboa. Direção dos Serviços de Urbanização e Obras. 1ª Repartição - Urbanização e ExpropriaçõesTipo de relação: ProfissionalNome: Câmara Municipal de Lisboa. Comissão de Estética MunicipalTipo de relação: ProfissionalIdentificador(es) da instituição:PT/AMLSBRegras e/ou convenções:ISAAR(CPF)PORTUGAL. direção-Geral de Arquivos. Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo - Orientações para a descrição arquivística. 2ª v. Lisboa: DGARQ, 2007. ISBN 978-972-8107-91-8.Línguas e escritas:PortuguêsFontes:CALDAS, João Vieira - Porfírio Pardal Monteiro, arquiteto. Lisboa : Associação arquitetos Portugueses, 1997.PEDREIRINHO, José Manuel - "Monteiro, Porfírio Pardal". In Dicionário dos arquitetos activos em Portugal do século I à actualidade. Porto: Afrontamento, 1994. p.169-170.