Plano de classificação

Tipo de entidade:Pessoa colectivaPhotographia Vasques. 1901-1980 [?], casa fotográficaOutras formas do nome:VasquesPhoto VasquesCarlos VasquesPhot.ª VasquesHistória:A Fotografia Vasques foi uma casa comercial fotográfica (estúdio fotográfico) fundada em 1901 por Manuel Henriques Baptista e Carlos Vasques, na Rua Dom Pedro V, n.º 2, em Lisboa, inicialmente com a designação de Baptista & Vasques. No local tinha funcionado, anteriormente, a “Fotografia Artística”. Manuel Henriques Baptista morreu em 16 de novembro de 1902, ficando Carlos Vasques como único proprietário. Este teve de cativar figuras do teatro, concorrendo com a Fotografia Bobone, cuja clientela correspondia a clientes proeminentes do teatro nacional. Carlos Vasques foi conquistando clientes, a partir do teatro ligeiro consolidando, desta forma, um lugar cimeiro no registo fotográfico do retrato de artistas de palco. Em 1907 mudou-se para o Largo Rafael Bordalo Pinheiro, n.º 4 (antigo Largo da Abegoaria), já com o nome de “Photographia Vasques” e, mais tarde, cerca de 1914, para a Rua Dom Pedro V, n.ºs 26 a 28. Teve como diretor artístico Manuel Tavares e foi especializada em imagens de teatro, amplamente divulgadas em formato postal. Neste local trabalharam os fotógrafos Augusto Kurt Silva Pinto e o seu cunhado Mário Novais. A localização privilegiada, perto dos principais teatros trouxe até si atores e atrizes proeminentes das artes do palco, como é o caso de Palmira Bastos, particularmente atenta e ciosa da sua imagem. Estas figuras, consubstanciaram o seu trabalho, contribuindo para uma renovação do retrato e do retratado. O ator Cardoso foi um dos destacados modelos que exponenciou o cartão múltiplo fotográfico, usado anteriormente por esta casa comercial, através de um sistema exclusivo, provavelmente importado, de sequências de retratos fotográficos. Estas séries criaram um género distinto, de traços cómicos, acentuados pela obesidade deste ator que, posteriormente, derivaram numa representação estética. Esta, veio a ser sucedida por outros atores, como Chaby Pinheiro e Vasco Santana, no teatro de revista e na comédia. A técnica, que prova a inovação técnica do estúdio fotográfico, potenciou o retrato humorístico ou caricatural, ainda pouco desenvolvido em Portugal. A fama deste estúdio cativou igualmente artistas internacionais, que passaram pelo país em digressão, como é o caso da soprano lírica Cecília Gagliardi, da companhia de J. Paccini, que viera a Lisboa para integrar a ópera “Tristão e Isolda”, de Richard Wagner, no Real Teatro de São Carlos, em 1908, entre outros. As publicações da época também divulgaram o trabalho desta casa comercial, algumas ainda com a designação Baptista & Vasques. São disso exemplo o “Boletim Photographico”, (1901), a “Ilustração Portuguesa” (1908, 1910 e 1912), na sua rubrica teatral, onde difunde as suas imagens com frequência e também a revista “Ocidente” (1908). A implantação da República foi, também, um acontecimento determinante para o sucesso deste estúdio, com o registo de retratos dos Deputados eleitos em 1911, fotografados na Casa Vasques. O espólio deste estúdio é constituído por mais de 150 mil espécies fotográficas e está sob alçada da Torre do Tombo.Lugares:LisboaIdentificador(es) da instituição:PT/AMLSBRegras e/ou convenções:ISAAR (CPF) - Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias: adotada pelo Comité de Normas de Descrição, Camberra: Australia, 27-30 de outubro de 2003. Conselho Internacional de Arquivos.ODA - Orientações para a Descrição Arquivística: Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo. Lisboa: Direção Geral de Arquivos, 2011.Línguas e escritas:PortuguêsFontes:Novais Pinto (fundo) [Em linha]. [Consult. 2022-04-07]. Disponivel em WWW: https://digitarq.cpf.arquivos.pt/details?idInstituto Cultural de Ponta Delgada [Em linha]. [Consult. 2022-04-07]. Disponivel em WWW: http://www.icpd.pt/arquivo/ver.php?idFoto Vasques (fundo) [Em linha]. [Consult. 2022-04-07]. Disponivel em WWW: https://digitarq.arquivos.pt/details?idBAPTISTA, Paulo - Estrelas e Ases: o retrato fotográfico em Portugal (1916-1936). Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, 2015. Tese de Doutoramento em História de Arte.Declaração do sócio Carlos Vasques, por morte de Manuel Henriques Baptista. Diário do Governo nº50, de 5 de março de 1903 [Em linha]. [Consult. 2022-04-07]. Disponivel em WWW: https://digigov.cepese.pt/pt/pesquisa/listbyyearmonthday?anoBoletim Photographico, 3º ano, Nº 36, dezembro de 1902, p. 190Boletim Photographico, junho de 1901 Notas internas:Segundo BAPTISTA (2015), a casa comercial começou a promover "um formato fotográfico invulgar, uma prova fotográfica que justapõe, num mesmo cartão, um conjunto de sete poses diferentes da mesma pessoa, formando uma sequência de fotografias".Em 1906, o fotógrafo Carlos Vasques fez pedidos de licença de obra à Câmara Municipal de Lisboa para as instalações no Largo da Albegoaria, em 13/08/1906 (5275/DAG/PG/1906), 23/11/1906 (6902/DAG/PG/1906), 29/11/1906 (7002/DAG/PG/1906), 10/12/1906 (7157/DAG/PG/1906), 17/12/1906 (7273/DAG/PG/1906), 29/01/1907 (524/DAG/PG/1907), 04/01/1930 (5059/DAG/PET/1930). Em 1928, o pedido de licença de obra foi já formulado por Emílio Infante da Câmara. Em 1941 funcionou na mesma morada o Círculo Eça de Queirós (de António Ferro).Declaração de Carlos Marques sobre a dissolução da Sociedade Carlos Vasques e Comandita. Diário do Governo nº50, de 5 de março de 1903 [Em linha]. [Consult. 2022-04-07]. Disponivel em WWW: https://digigov.cepese.pt/pt/pesquisa/listbyyearmonthday?ano