Plano de classificação

Tipo de entidade:Pessoa singularRodrigues, Arnaldo Garcez. 1885-1964, fotógrafoOutras formas do nome:Arnaldo Garcez RodriguesHistória:Arnaldo Garcês nasceu em Santarém em 1885 e iniciou a sua atividade profissional como aprendiz de relojoeiro. Interessou-se pela fotografia e realizou vários trabalhos como amador para alguns jornais de Lisboa. Em 1911 foi reconhecido no meio profissional e em 1916 foi convidado por Norton de Matos, ministro de guerra e seu amigo pessoal, para fazer uma reportagem fotográfica sobre os treinos de preparação militar do contingente português, no campo de manobras de Tancos, tendo em conta a possibilidade de Portugal vir a participar na I Guerra Mundial. Quando o Corpo Expedicionário Português partiu para a guerra, Arnaldo acompanhou-o como Alferes ao serviço do Exército e tornou-se num dos primeiros repórteres de guerra registando o quotidiano dos soldados portugueses no campo de batalha, nos abrigos, nas cerimónias oficiais ou nos hospitais. Terminado o conflito Arnaldo permaneceu em França onde casou em 1920 com Marcele Margueritte Alphonsine Marneffe, uma francesa de quem teve três filhos - Joaquim, Rui e Charles. Colaborou como fotógrafo nas festas de vitória em Paris, Bruxelas e Londres e dedicou-se à organização de exposições sobre a guerra. Regressou a Portugal em 1921 onde continuou a colaborar com o exército, nomeadamente registando as cerimónias de transladação do Soldado Desconhecido e foi membro da Comissão dos Padrões de Guerra constituída por militares e civis. A Ilustração Portuguesa, uma revista semanal editada pelo jornal “O Século” (1903-1924) que publicou em várias das suas edições o trabalho de Arnaldo mostrou ao público da época as melhores imagens da I Grande Guerra e do CEP em França. Trabalhou também com o Diário de Lisboa e em 1922 foi enviado ao Brasil para acompanhar a travessia aérea do Atlântico Sul realizada por Gago Coutinho e Sacadura Cabral realizando uma grande reportagem sobre os preparativos e a partida com grande repercussão na imprensa portuguesa e brasileira. A partir de 1923 deixou a atividade jornalística e fundou no Chiado, em Lisboa, a casa Garcez Lda dedicada à venda de máquinas fotográficas e outro material do mesmo ramo. A nota portuguesa de vinte escudos foi executada a partir de uma fotografia da sua autoria. Depois da sua morte a 5 de Outubro de 1964, a “Liga dos Combatentes” organizou uma exposição com o título "Retrospetiva Fotográfica da 1ª Grande Guerra (1914-1918)" em sua homenagem integrada no ciclo de atividades culturais, que teve lugar em Maio de 1978 recordando a batalha de La Lys.Lugares:SantarémLisboaParisBruxelasLondresBrasilFunções, ocupações e actividades:FotógrafoRepórter de GuerraAlferes do ExércitoComercianteContexto geral:Monarquia constitucional; I Répública; Ditadura Militar; Estado Novo