Plano de classificação

Tipo de entidade:Pessoa singularPedro I. 1320-1367, rei de PortugalOutras formas do nome:O JusticeiroO CruelO CruO VingativoData(s):1320-04-08 ( nascimento)1336 (acordo de casamento por procuração com D. Constança Manuel, de Aragão)1345 (nascimento de D. Fernado, herdeiro do trono)1355 (assassinato de D. Inês de Castro)1355 (acordo de paz com D. Afonso IV que delega em D. Pedro parte da governação do reino)1357-1367 (reinado)1357 (nascimento de D. João, mestre de Aviz)1358 (tratado de paz com Castela)1360 (D. Pedro I declara publicamente ter casado com Inês de Castro, em Bragança)1361 (exéquias de D. Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça)1361 (Beneplácito Régio)1367-01-18 (morte)História:D. Pedro I nasceu em Coimbra a 8 de abril de 1320. Filho do rei D. Afonso IV e da rainha D. Beatriz de Castela. Acerca da sua infância, a historiografia não faz grandes menções, apenas algumas referências. Tal como refere a historiadora Cristina Pimenta, o infante tem com certeza o seu séquito: «D. Pedro viu-se rodeado de uma ama Leonor, de Domingos Anes, guarda de Afonso Domingues, de Afonso Esteves reposteiro (...) de Lopo Fernandes Pacheco, seu aio e mordomo da sua casa, todos eles exercendo cargos (...) da maior importância para a formação do jovem príncipe». Príncipes e infantes são preparados para a governação do reino. O seu cognome é O Justiceiro, mas também ficou conhecido como O Cruel. Nesta época, o casamento era normalmente acordado para salvaguarda de interesses políticos, económicos e familiares. Desta forma, o seu primeiro casamento, com a infanta D. Branca, de Castela foi tratado entre seu pai e Afonso XI de Castela em 1328. Este casamento não se concretizou porque a infanta de Castela apresentava certas debilidades físicas e mentais e, por isso, é rejeitada pelo príncipe e afastada da corte portuguesa. Entretanto, desenvolvem-se novas diligências e é acordado casamento com D. Constança Manuel, de Aragão. De referir que este casamento se realiza por procuração, em Évora, a 28 de fevereiro, de 1336. A bênção nupcial tem lugar na Sé de Lisboa, em agosto, de 1340. Têm três filhos: D. Maria (1342-1363); D. Luís (1344-1344) e D. Fernando (1345-1383). Este último, será o futuro rei de Portugal, último da primeira dinastia. Paralelamente, o infante D. Pedro estabelece uma relação extraconjugal com Inês de Castro, aia da rainha, que assume como sua esposa já em situação de viuvez. Desta relação amorosa, haviam resultado quatro filhos: D. Afonso (1350-1355), que morre em tenra idade; D. João (1352-1397); D. Dinis (1353-1387); D. Beatriz (1354 -1381). Este relacionamento é avaliado por D. Afonso IV, como uma ameaça para a independência do reino e, assim, providencia a execução de Inês de Castro. O príncipe revolta-se contra o pai, reúne as suas tropas e comanda-as por entre Douro e Minho, Trás-os-Montes, tentando penetrar no Porto. A 5 de agosto, de 1355, em Canavezes, jura paz a D. Afonso IV, que acorda delegar no príncipe o poder de exercer a atividade de justiça em todo o reino. Na sequência da morte de Inês de Castro, D. Pedro estabelece novo relacionamento com Teresa Lourenço. Desta relação nasce um filho bastardo, D. João (1357-1433), que será rei de Portugal, na sequência da crise de 1383-85, sendo o primeiro rei da segunda dinastia. Em 1347, morre D. Afonso IV e, em maio, do mesmo ano, D. Pedro I é aclamado rei de Portugal, com trinta e sete anos de idade. Reúne cortes em Santarém (1358) e em Elvas (1361). Em termos de política interna, a sua ação governativa centra-se no despovoamento do reino, sendo que, para lhe fazer frente, emite cartas de privilégios para algumas regiões; por outro lado, implementa medidas legislativas para regular os prazos dos despachos administrativos e judiciais; promulga o chamado Beneplácito régio (1361), que visava prevenir a circulação de documentos papais sem a aprovação régia e, desta forma, acautelar abusos e prejuízos múltiplos para a missão centralizadora do poder político nas mãos da coroa. Ainda leva a cabo a perseguição dos executores de Inês de Castro, assumindo publicamente o seu casamento, a 18 de junho, de 1360, declarando solenemente que se casara com Inês de Castro, impondo mesmo o seu reconhecimento, como rainha de Portugal, em 1354. Ordena a construção de dois túmulos em pedra, que são colocados nas alas laterais do mosteiro da Alcobaça e, por testamento, dá instruções para aí ser sepultado, ao lado de D. Inês. Em termos de política externa, sela a paz com Castela (1358), procurando manter o reino em paz. Opta, desta forma, por uma política de neutralidade relativamente às guerras peninsulares. Rei vigilante, que não descura a defesa do reino em caso de necessidade, decide erigir estruturas militares para fazer face a eventuais problemas futuros. Assim, cria os besteiros do conto, e organiza a defesa marítima, que fica a cargo do almirante Lançarote Pessanha. Conhecido como um rei popular, bom administrador do reino, e pai de dois futuros reis de Portugal. Tem sido recordado pelo trágico amor que nutria por Inês de Castro, numa história de amor imortalizada por poetas e escritores, sendo com certeza uma das mais conhecidas e dramáticas da historiografia e da cultura de portuguesa e europeia. O oitavo rei de Portugal morre em Estremoz, a 18 de janeiro, de 1367. Lugares:LisboaCourucheCoimbraEstremozPenicheFunções, ocupações e actividades:Rei de PortugalMandatos/fontes de autoridade:Acordo de Canavezes - Afonso IV delega no infante D. Pedro parte da governação do reino (1355-08-05)Decreto de aclamação rei de Portugal (1357-05-28)Identificador(es) da instituição:PT/AMLRegras e/ou convenções:ISAAR (CPF) - Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias: adotada pelo Comité de Normas de Descrição, Camberra: Australia, 27-30 de outubro de 2003. Conselho Internacional de Arquivos.ODA - Orientações para a Descrição Arquivística: Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo. Lisboa: Direção Geral de Arquivos, 2011.NP 405-1:1994 - Informação e Documentação. Referências bibliográficas: documentos impressos: Comissão Técnica 7. Lisboa: Instituto Português da Qualidade, 1994.Línguas e escritas:PortuguêsFontes:PIMENTA, Cristina - D. Pedro I. [Mem Martins]: Círculo de Leitores, D. L. 2005. ISBN 972-42-3438-X.MATOS, Artur Teodoro ; COSTA, João Paulo Oliveira e ; CARNEIRO, Roberto - Cronologia da monarquia portuguesa. [Lisboa]: Círculo de Leitores, 2012. ISBN 978-972-42-4823-3.SERRÃO, Joel, dir. - Dicionário de História de Portugal. Lisboa: Iniciativas Editoriais, 1963-1971. Vol. III, pp. 334-335.LOUREIRO, Sara - O conflito entre D. Afonso IV e o infante D. Pedro (1355-1356). [Em linha]. [Consultado em 2016-02-05]. Disponivel em http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/71.pdfQUADROS, António - O pensamento pedagógico em Portugal. Amadora: Bertrand, 1992.AMARAL, Manuel - Reis, rainhas e presidentes de Portugal: D. Pedro I. O portal da História: História de Portugal. [Em linha]. 2000-2016. [Consultado em 2016-02-02]. Disponível em http://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/pedro1.html MOTA, António Brochado da - Testamentos régios: 1109-1383. [Em linha]. [Consultado em 2016-02-02]. Disponível em http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/6784/1/ulfl118292_tm.pdf A