Plano de classificação

Tipo de entidade:Pessoa singularSancho II. 1209-1248, rei de PortugalOutras formas do nome:O Rei CapeloO PiedosoO PioO AzaradoData(s):1209-09-07 (nascimento)1223-1248 (reinado)1230 (conquista de Elvas e Juromenha)1234 (bula de Cruzada)1238 (bula Si quantum horribile sit de Gregório IX)1241 (bula de Cruzada)1241 (casamento com D. Mécia Lopes de Haro)1245 (análise da questão portuguesa no Concílio de Lião)1246 (rapto da rainha em Coimbra)1247 (Afonso de Castela regressa a Toledo com D. Sancho II)1248 (o rei assina um novo testamento)1248-01-30 (morte)História:Sancho II nasceu a 7 de setembro de 1209 em Coimbra. Filho de Afonso II e de Urraca, infanta de Castela. Subiu ao trono em 25 de março de 1223. Tinha treze anos de idade e não tinha qualquer tipo de preparação para o exercício da governação. Devido à menoridade do rei e cumprindo a decisão do último testamento de Afonso II, de novembro de 1221, o governo do reino passou a estar a cargo de um conjunto de ricos-homens, entre eles o chanceler Gonçalo Mendes, o mordomo-mor Pedro Anes da Nóvoa (mais tarde substituido no cargo por Martim Anes), o deão de Lisboa, mestre Vicente e o chantre do Porto mestre Paio. Sancho II recebeu de seu pai um reino com graves problemas e disputas pelo poder principalmente junto da nobreza e do clero. Com o intuito de resolver conflitos herdados do reinado de seu pai, concedeu doações e privilégios, designadamente às infantas suas tias. O conflito entre Afonso II e as suas irmãs Teresa, Branca e Mafalda deveu-se às medidas no sentido de controlar o poder que tinham nos senhorios herdados por elas. Atribuiu cartas de foral, Castelo Mendo, Idanha-a-Velha e Sortelha foram localidades que receberam foral. Restabelecendo a política de organização administrativa. Continuou a conquista de importantes praças no Alentejo e no Algarve. Elvas e Juromenha foram tomadas em 1230, Mértola em 1236, Tavira e Cacela possivelmente em 1239. A maior parte destas localidades foi doada à já poderosa Ordem de Santiago. A Ordem do Hospital também foi contemplada com doações como a vila do Crato. Nas conflituosas relações com o clero interveio junto do Papa para que fosse levantada a sanção de interdição do reino, aplicada durante o reinado de seu pai. Em 1225 o papa Honório III emitiu uma bula de confirmação do reino de Portugal e em 1227 o papa Gregório IX enviou a Portugal o seu legado, João de Abbeville com a missão de resolver as graves questões que opunham o poder real ao clero local. Durante o seu reinado o rei não conseguiu resolver os, cada vez mais frequentes e mais graves, conflitos entre o poder régio e os poderes dos grandes senhores e dos representantes eclesiásticos. Toda esta situação fez com que existisse uma enorme instabilidade e insegurança no país. Em fevereiro de 1241 Sancho II casou com Mécia Lopes de Haro, filha de um importante nobre, Lopo Dias de Haro, senhor da Biscaia. O casamento não teve descendência. O papa Inocêncio IV emitiu em 24 de julho de 1245, a bula Grandi non immerito que vai distituir Sancho II e nomear o seu irmão Afonso, conde de Bolonha como regente do reino. A bula justificava-se, segundo o papa, pela discórdia gerada pela aparente perda de devoção à Santa Sé, pela negligência da justiça, aspetos que segundo Inocêncio IV conduziriam ao triunfo das forças do mal. Mas o que realmente importava combater era a tentativa régia de centralização do poder, algo inaceitável para os bispos do Porto, de Braga e de Lisboa que desejavam uma Igreja tão ou mais poderosa que a Coroa. O clero continuava a abusar da sua prerrogativa de excomunhão e de interdição de forma a resistir ao poder real. Inocêncio IV, com a promulgação desta bula, vai reafirmar o poder da Igreja em Portugal . O rei português teria violado as liberdades eclesiásticas através da prática de vários tipos de opressão e exigências financeiras efetuadas pelos oficiais régios, principalmente a igrejas e mosteiros. Mesmo tendo conhecimento das admoestações e processos de excomunhão sentenciados pelos papas anteriores, Sancho II continuou a percorrer um caminho divergente das condições impostas pelo papado. Segundo a leitura dos acontecimentos feita pela Santa Sé, o território cristão corria perigo perante um rei passivo, num país em que os índices de criminalidade aumentavam, sem estratégia militar definida para fazer frente às incursões sarracenas, pondo em causa a segurança do reino e dos seus súbditos. Para além disso, o rei deixou o papa sem resposta às duas missivas que lhe enviara anteriormente. A relação entre os dois poderes estava cada vez mais fria e distante. O conde da Bolonha estava fora de Portugal, residia desde muito jovem na corte francesa e era casado desde 1238 com a condessa de Bolonha, Matilde. Regressou a Portugal no final de 1245 e eliminou progressivamente as forças que apoiavam o rei. Sancho II contava com o apoio de uma parte da nobreza portuguesa e também com o apoio de Fernando III de Castela. No final da sua vida Sancho II teve a ajuda do infante Afonso de Castela numa empresa militar que lhe iria sair cara, acabando por abandonar as incursões que realizara no norte do território português. O infante decidiu regressar a Castela levando consigo o rei deposto. Sancho II faleceu em Toledo a 31 de janeiro de 1248. Vai ficar na História com o cognome de O Capelo. Este cognome está relacionado com o facto de ter usado o hábito de frade franciscano em criança. O seu irmão Afonso será o novo rei.Lugares:CoimbraElvasJuromanhaMouraSerpaBejaAljustrelMértolaTaviraCacelaAlvorToledoFunções, ocupações e actividades:Rei de PortugalMandatos/fontes de autoridade:Herdeiro do trono de Portugal (Testamento de D. Afonso II de novembro de 1221)Aclmado rei em Coimbra (1223-03-25)Aclamações e Cortes - PT/TT/ACRT Identificador(es) da instituição:PT/AMLSBRegras e/ou convenções:ISAAR (CPF) - Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias: adotada pelo Comité de Normas de Descrição, Camberra: Australia, 27-30 de outubro de 2003. Conselho Internacional de Arquivos.ODA - Orientações para a Descrição Arquivística: Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo. Lisboa: Direção Geral de Arquivos, 2011.NP 405-1:1994 - Informação e Documentação. Referências bibliográficas: documentos impressos: Comissão Técnica 7. Lisboa: Instituto Português da Qualidade, 1994.Línguas e escritas:PortuguêsFontes:VARANDAS, José - «Bonus Rex» ou «Rex Inutilis», as periferias e o centro. Lisboa: Universidade de Lisboa-Faculdade de Letras, 2003. 905 p. Tese de Doutoramento.MATOS, Artur Teodoro ; COSTA, João Paulo Oliveira e ; CARNEIRO, Roberto - Cronologia da monarquia portuguesa. [Lisboa]: Círculo de Leitores, 2012. ISBN 978-972-42-4823-3.FERNANDES, Isabel Alexandra - Reis e rainhas de Portugal. [Lisboa]: Texto editora, 2004. ISBN 972-47-1792-5.Sancho II in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [Consultado em 2015-12-22]. Disponível em http://www.infopedia.pt/$d.-sancho-ii,2