Plano de classificação

Tipo de entidade:Pessoa singularSancho I. 1154-1211, rei de PortugalOutras formas do nome:D. Sancho IO PovoadorData(s):1154-11-11 (nascimento)1185-1211 (reinado)1169 (início da corregência do reino, com Afonso Henriques)1170 (investidura como cavaleiro)1174 (casamento com D. Dulce de Aragão)1185 (aclamação do rei em Coimbra)1186 (nascimento de D. Afonso, herdeiro da coroa)1188 (fome e peste assolam o reino de Portugal)1189 (conquista de Alvor e Silves)1190 (confirmação da bula Manifestis Probatum)1191 (perda de Silves e Alcácer do Sal)1194 (recomeço das hostilidades entre Portugal e Leão)1996 (guerra como o reino de Leão)1198 (legado pontifício reclama o censo atrasado de Portugal)1198 (carta de proteção de Inocêncio III, após o pagamento do censo)1999 (guerra com Leão)1204 (aliança com Castela)1209 (crise/guerra civil entre o rei e alguns eclesiásticos e nobres)1211 (Inocêncio III exige o fim dos abusos contra o clero)1211-03-16 (morte)História:Nasceu em Coimbra a 11 de Novembro de 1154, filho de Afonso Henriques e da rainha Mafalda. Inicialmente foi chamado Martinho, tinha nascido no dia de São Martinho de Tours. Segundo filho varão do rei, o primogénito Henrique nascido em 1147 era o herdeiro da Coroa. Com a morte deste, em 1155, Sancho torna-se o herdeiro do trono, mudou de nome, Sancho era um nome mais comum entre a nobreza ibérica. Em 1169 na sequência do desastre do exército português na conquista de Badajoz e consequente aprisionamento de seu pai e também por incapacidade física deste, impossibilitado de andar a cavalo e de combater, Sancho assumiu responsabilidades governativas e militares. Era bastante novo, tinha pouco mais de quinze anos mas já demonstrava bravura nos combates. Afonso Henriques armou-o cavaleiro em Coimbra a 15 de agosto do ano seguinte. Casou com Dulce Berenguer de Aragão em 1174, irão ter 11 filhos. Foi aclamado rei a 9 de Dezembro de 1185 na sequência da morte do seu pai. A situação política e militar na península Ibérica continuou a ser pouco estável, lutas entre Castela, Leão e Aragão eram frequentes e os muçulmanos uma ameaça permanente. Neste cenário o rei teve como prioridade a defesa das fronteiras, a consolidação dos terrritórios conquistados. A construção de castelos por ordem real em Trás-os-Montes e na Beira interior, a fixação de população principalmente nestas áreas do interior e a sul são uma preocupação constante. Concedeu forais, a Bragança, Covilhã, Viseu e Guarda, por exemplo, como forma de atrair gente para estes concelhos. Fez grandes doações de terras às ordens militares, Templários, Santiago de Espada e Calatrava que ajudaram a fixar populações, a desenvolver e a defender esses territórios. Revelou-se um grande administrador deslocando-se frequentemente aos locais onde lhe parecia necessária a sua intervenção. Conseguiu acumular uma grande fortuna durante o reinado, bastante mais que o seu pai. Como forma de afirmação do seu poder foi o primeiro rei de Portugal a cunhar moedas de ouro. Fomentou o desenvolvimento da indústria, mas a sua grande preocupação foi, como já referido, o povoamento do território, daí o seu cognome, o Povoador. Revelou também interesse na área cultural, ele próprio foi im poeta. Enviou bolseiros para estudarem em universidades no estrangeiro, Direito em Bolonha, Medicina em Montpellier e em Paris Teologia, por exemplo. O seu chanceler Julião Pais foi determinante na organização da chancelaria régia ao longo de todo o reinado, era um dos homens de maior confiança do rei. As conquistas a sul vão continuar, Alvor e Silves foram conquistadas em 1189 com o auxílio de cruzados escandinavos que se dirigiam à Terra Santa. Foi a partir destas conquistas que passa a designar-se como Rei de Portugal e do Algarve. Em 1191, perdeu Silves e Alcácer do Sal para as forças do mouro Al-Mansur, conseguiu evitar que Évora fosse tomada pelos mouros. Em Maio de 1190, Sancho I recebeu do Papa a confirmação da bula Manifestis probatum est. Em 1202, a fome assolou Portugal que não tinha capacidade de resposta para a falta de mantimentos. Por outro lado, as cruzadas registam uma forte adesão, pelo que a falta de mão-de-obra na agricultura surge como consequência. Sancho I fez uma aliança com o reino de Leão e Castela em 1204. De forma a cimentar o acordo com Castela casa o seu filho, futuro rei de Portugal, o infante Afonso, com Urraca de Castela em 1208. Este casamento não foi bem aceite, quer por uma parte da nobreza, quer pelo clero, em particular pelo bispo do Porto, preferiam uma união com o reino de Leão. As relações com o clero português nunca foram fáceis, principalmente nos anos de 1209 a 1211. O rei procurava fortalecer o seu poder face aos previlégios que a Igreja tinha em Portugal. Envolve-se numa disputa com os bispos de Coimbra e do Porto. Este litígio leva a que o Papa Inocêncio III o excomunga acusando-o de faltar ao pagamento do censo que seu pai tinha prometido, dois marcos-ouro por ano. Entre maio e outubro de 1209, um clima de guerra civil opõe o rei de Portugal ao clero e aos nobres, o rei quer fortalecer o seu poder em detrimento dos previlégios da nobreza e do clero. Grande parte do seu reinado é caracterizado por um ambiente de forte tensão, pelo avanço e retrocesso na conquista de terras, e pela relação atribulada com o poder eclesiástico. De uma forma equilibrada, Sancho I vai conseguindo resolver todos estes obstáculos. O seu testamento de 1210 confirmou o nome do seu sucessor, o infante Afonso, que já desde 1207 tinha uma participação importante no governo do país. A saúde do rei era frágil. Em 26 de Março de 1211, morreu em Coimbra e foi sepultado no mosteiro de Santa Cruz onde já estava o túmulo de seu pai. Sucedeu-lhe como rei de Portugal Afonso, o segundo com este nome. Lugares:CoimbraAlvorSilvesAlcácer do SalÉvoraBejaCompostelaSantarémBragaTorres NovasAlmadaBragançaLisboaCorucheFunções, ocupações e actividades:Rei de PortugalMandatos/fontes de autoridade:Bula Manifestis Probatum (1190 - confirmação)Identificador(es) da instituição:PT/AMLSBRegras e/ou convenções:ISAAR (CPF) - Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias: adotada pelo Comité de Normas de Descrição, Camberra: Australia, 27-30 de outubro de 2003. Conselho Internacional de Arquivos.ODA - Orientações para a Descrição Arquivística: Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo. Lisboa: Direção Geral de Arquivos, 2011.NP 405-1:1994 - Informação e Documentação. Referências bibliográficas: documentos impressos: Comissão Técnica 7. Lisboa: Instituto Português da Qualidade, 1994.Línguas e escritas:PortuguêsFontes:AMARAL, Manuel - Temas da História: D. Sancho I. [Em linha]. 2000-2015. [Consultado em 2016-04-10]. Disponível em http://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistória/sancho1.html BRANCO, Maria João Violante - D. Sancho I: o filho do fundador. Mem Martins: Círculo de Leitores, D. L. 2005. D. Sancho I in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico. [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. [Consultado em 2016-04-13]. Disponível em http://www.infopedia.pt/$d.-sancho-i MATOS, Artur Teodoro ; COSTA, João Paulo Oliveira e ; CARNEIRO, Roberto - Cronologia da monarquia portuguesa. [Lisboa]: Círculo de Leitores, 2012. ISBN 978-972-42-4823-3.