Plano de classificação

Tipo de entidade:Pessoa singularAfonso II. 1185-1223, rei de PortugalOutras formas do nome:O GordoO GafoO CrassoData(s):1185 (nascimento)1211-1223 (reinado)1208 (casamento com D. Urraca)1211 (subida ao trono, em Coimbra)1211 (reunião da Cúria Régia, em Coimbra)1212 (confirmação da bula Manifestis Probatum)1212 (excomunhão pelo papa Inocêncio III)1214 (absolvição da excumunhão e levantamento do interdito)1214 (primeiro testamento de Afonso II)1216 (criação das primeiras confirmações régias)1217 (conquista de Alcácer do Sal)1218 (segundo testamento)1220 (início das inquirições régias)1220 (morte de D. Urraca)1221 (terceiro testamento)1219 (tréguas com os muçulmanos)1219 (tratado de Baronal)1222 (acordo entre Afonso II e o arcebispo de Braga, Estevão Soares)1223 (morte)História:D. Afonso II nasceu em 23 de abril de 1185, provavelmente em Coimbra, embora também exista a probabilidade de o nascimento ter ocorrido em Tomar. Foi proclamado rei nas cortes de Coimbra em1211 O seu cognome é o Gordo, mas também ficou conhecido como o Gafo ou ainda o Crasso. Aos catorze anos contraiu uma grave doença que o afetou para o resto da vida, chegando-se a pensar que se tratou de um milagre o facto de não ter morrido. O cognome de Gafo, que significa leproso, vem justamente dos sintomas dessa doença, que se caracterizam pelos inchaços, deformações e feridas ao longo do corpo, mas ficou mais conhecido pelo cognome de O Gordo, devido à sua morfologia corporal. Em 1208 casou com D. Urraca de Castela, com quem terá quatro filhos. D. Afonso II nasceu numa época de grande estabilidade política e de expansão territorial e desta forma não lhe são reconhecidos grandes feitos. Ainda assim, é de assinalar a conquista de Alcácer do Sal e o envio de tropas para a batalha de Navas de Tolosa, coligando-se a outros reinos ibéricos para combater o domínio muçulmano que entraria em queda. D. Afonso II não deixou de ser um rei com ideias inovadoras para a época, uniformizou as leis gerais do país, pois não existiam leis consensuais no território português, cada localidade tinha as suas próprias normas, procedimentos, costumes e tradições. Em 1211 decidiu convocar as Cortes de Coimbra para definir o poder do rei face ao abuso dos grupos sociais privilegiados. A partir daqui, Portugal torna-se o primeiro país da Europa a ter uma coletânea de leis gerais, consolidando também a estrutura social e económica do reino, com principal incidência para a cunhagem da moeda, a consideração da propriedade privada e o reforço do direito civil. Travou um duro conflito com as suas irmãs, Teresa, Sancha e Mafalda. O seu pai, Sancho I, tinha-lhes deixado mercês em terras situadas no centro do país, mas as princesas recusaram-se a efetuar o pagamento devido dos tributos régios daqueles locais, e solicitaram o apoio do papa Inocêncio III para que intercedesse a seu favor. O rei manteve a sua posição obrigando as irmãs a pagarem os respetivos impostos. O papa Inocêncio III não corroborou tal decisão e decidiu excomungar o rei português. Em 1216 são criadas as chamadas Confirmações, ou seja, medidas administrativas para confirmar a soberania da coroa, sobretudo validando as doações e privilégios concedidos em reinados anteriores. Em 1220 D. Afonso II iniciou as Inquirições Gerais, para acabar com a posse indevida de terras pelo clero e pela nobreza, para que estas classes as devolvessem à coroa, decisão que não agradou ao arcebispo de Braga, tendo a Igreja entrado em conflito com o monarca. Durante o curto período de vida, mas sobretudo devido à sua grave doença, D. Afonso II mandou redigir três testamentos, sendo o primeiro de 27 de junho de 1214; o segundo de 28 de janeiro de 1218; o terceiro de novembro de 1221. Este último foi mandado redigir depois da morte da rainha D. Urraca a 3 de novembro de 1220. D. Afonso II morreu em Santarém no dia 21 de março de 1223. De acordo com o que consta no seu testamento, foi sepultado em Alcobaça, mas apenas em 1231, pois só nessa data fica resolvida a questão da excomungação. Sucedeu-lhe no trono o seu filho D. Sancho II. Lugares:CoimbraSantarémAlcácer do SalAlcobaçaFunções, ocupações e actividades:Rei de PortugalMandatos/fontes de autoridade:Testamento de Sancho I (1210-10)Bula Manifestis Probatum (1212 - confirmação)Identificador(es) da instituição:PT/AMLSBRegras e/ou convenções:ISAAR (CPF) - Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias: adotada pelo Comité de Normas de Descrição, Camberra: Australia, 27-30 de outubro de 2003. Conselho Internacional de Arquivos.ODA - Orientações para a Descrição Arquivística: Grupo de Trabalho de Normalização da Descrição em Arquivo. Lisboa: Direção Geral de Arquivos, 2011.NP 405-1:1994 - Informação e Documentação. Referências bibliográficas: documentos impressos: Comissão Técnica 7. Lisboa: Instituto Português da Qualidade, 1994.Línguas e escritas:PortuguêsFontes:D. Afonso II in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico. [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. [Consultado em 2016-04-19]. Disponível em http://www.infopedia.pt/$d.-afonso-ii MATOS, Artur Teodoro ; COSTA, João Paulo Oliveira e ; CARNEIRO, Roberto - Cronologia da monarquia portuguesa. [Lisboa]: Círculo de Leitores, 2012. ISBN 978-972-42-4823-3.MOTA, António Brochado da - Testamentos régios: primeira dinastia: 1109-1383. [Em linha]. Lisboa: Universidade de Lisboa, 2011. Dissertação de mestrado. [Consultado em 2017-01-03]. Disponível em http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/67 VILAR, Hermínia de Vasconcelos - D. Afonso II: um rei sem tempo. Mem Martins: Círculo de Leitores. D. L. 2005. ISBN 972-42-3441-X.